Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Borin, Thaísa Belloube |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-30092008-125835/
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Resumo: |
A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno mundial que não se restringe a determinada raça, classe econômica, idade ou religião. As agressões são divididas em variados tipos como: psicológicas, físicas e sexuais, porém, no relacionamento abusivo, elas acontecem de forma sobreposta. Este estudou objetivou investigar as percepções de violência em mulheres agredidas por seus parceiros, como elas justificam a violência sofrida e quais são os efeitos disso na sua vida. Suas percepções sobre o relacionamento, sobre si mesma, sobre seu parceiro e como isso contribui para que muitas permaneçam nesses relacionamentos abusivos. A pesquisa foi realizada na Delegacia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto, com sete mulheres que denunciaram seus agressores e, assim, foram encaminhadas ao atendimento psicossocial, do Grupo de Estudos e Atenção à Violência Doméstica e Abuso Sexual GEAVIDAS, realizado por psicólogos e assistentes sociais, na própria Delegacia. A investigação foi orientada pela abordagem qualitativa. Foram realizadas observações participantes que resultaram num diário de campo e entrevistas semi-estruturadas, realizadas individualmente, com permissão para serem gravadas e transcritas na íntegra. Os temas investigados nas entrevistas foram sobre a família de origem dessas mulheres, sua família atual (parceiro e filhos), os episódios de agressões sofridas, as expectativas com relação ao Boletim de Ocorrência e à Delegacia de Defesa da Mulher e seus planos futuros. A partir da análise dos resultados foi possível verificar que as mulheres percebem seus parceiros como ingratos e individualistas, que eles não sabem ser companheiros, muitas vezes não são provedores da casa e muito menos cuidadores da família, como notamos que seria o esperado de um homem para elas. Isso afeta a auto-estima e a autoconfiança delas, fazendo com que se sintam desamparadas e desanimadas com relação à vida. Elas acreditam que, por terem exercido seu papel de mulher dedicada, disposta a qualquer sacrifício pelos parceiros, mereciam uma maior consideração da parte deles, o que não acontece. Porém, parece haver uma forte idealização das mulheres pelos companheiros que faz com que elas permaneçam com eles à espera de alguma mudança, além de serem dependentes emocionalmente deles e algumas dependentes economicamente também. Concluímos que as lutas contra a violência doméstica e pela libertação das mulheres devem ser acompanhadas por outra luta: a de libertação dos homens, pois ambos sofrem pressões para desempenharem papéis estereotipados pela sociedade, que no caso do homem deve ser o poderoso e no caso da mulher, a frágil e submissa. Com isso, ambos são mutilados na sua individualidade de ser o que realmente desejam. Sendo assim, é necessário que o ser humano aprenda a ser solidário, a respeitar as diferenças do outro e a amar, pois somente assim saberemos conviver em relações de troca e reciprocidade. |