Intervenções não farmacológicas para o enfrentamento da síndrome gripal: uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carvalho, Herica Emilia Félix de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08032023-160547/
Resumo: Introdução: As intervenções não farmacológicas consistem em quaisquer medidas ou ações, que não o uso de vacinas ou medicamentos, que podem ser implementadas para retardar a disseminação de determinada doença infecciosa na população. Objetivo: Fornecer evidências científicas relacionadas às intervenções não farmacológicas que conferem a prevenção de síndrome gripal na comunidade. Método: Revisão sistemática da literatura realizada nas bases de dados, Cochrane, MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Web of Science e, no que tange à literatura cinzenta, uma busca adicional foi realizada no Google Scholar. A busca eletrônica foi realizada no dia 06 de setembro de 2021. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos randomizados que avaliassem a eficácia de intervenções não farmacológicas na comunidade para a prevenção da disseminação de síndrome gripal. A avaliação do risco de viés foi realizada por meio da ferramenta Risk of Bias 2.0. A síntese dos resultados foi apresentada de modo qualitativo. A síntese quantitativa (estatística) dos resultados não foi possível, devido à acentuada heterogeneidade de configurações metodológicas, bem como as qualidades metodológicas dos ensaios clínicos randomizados. Resultados: Foram compilados 34 ensaios clínicos randomizados. A avaliação metodológica demostrou que a maioria dos ensaios apresentam falhas na sua condução. No tocante aos países onde as intervenções foram utilizadas, destacam-se Estados Unidos da América, China e Espanha, respectivamente; e de acordo com o local onde foram realizadas - em domicílios, em escolas, em creches, em residências universitárias e em ambiente comunitário. Com relação à situação epidemiológica, observa-se que 13 estudos foram realizados no período sazonal de influenza, 11 estudos em períodos pontuais, cinco estudos em períodos pandêmicos por SARS-CoV-2, quatro estudos em períodos concomitantes e um estudo durante a pandemia de influenza. A respeito da infecção avaliada, observa-se estudos que avaliam infecções respiratórias agudas, influenza e COVID-19. Dos 34 ensaios clínicos, 30 avaliaram intervenções individuais, dois intervenção individual e ambiental, uma intervenção individual e comunitária; e um ensaio clínico avaliou uma intervenção comunitária. Intervenções individuais: máscara facial; higiene das mãos com água e sabão, com formulação à base de álcool, com cloreto benzalcônio; etiqueta respiratória; e limpeza nasal asséptica. Intervenções comunitárias: triagem, ventilação do ar, campanha publicitária (distanciamento social). Intervenção ambiental: limpeza de superfície. Conclusão: Algumas intervenções não farmacológicas individuais (higiene das mãos com água e sabão, higiene das mãos com formulação à base de álcool, etiqueta respiratória e limpeza nasal antisséptica) e ambientais não têm momento para início da implementação, elas devem se tornar cultural, pois são mais simples e de baixo custo. Essas intervenções e outras, como o uso de máscara facial, devem ser incentivadas durante os períodos sazonais desses vírus, considerando as particularidades de subgrupos populacionais, para prevenir maior disseminação. As intervenções combinadas (individuais/comunitárias e individuais/ambientais) potencializam os efeitos na redução da síndrome gripal e das infecções respiratórias agudas. Ressalta-se que as intervenções não farmacológicas representam a primeira escolha na prevenção da disseminação microbiana, são determinantes no controle das doenças e, de forma articulada, necessita da vacinação para minimizar os impactos deletérios na comunidade.