Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Garbelini, Adriana dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-09012015-100223/
|
Resumo: |
Considerando a importância da família nos processos de saúde e adoecimento, especialmente quando um familiar torna-se cuidador, o objetivo desse estudo foi verificar associações entre o funcionamento familiar e a sobrecarga percebida, qualidade de vida, ansiedade e depressão do cuidador familiar. Optou-se por um delineamento transversal, descritivo, não experimental, com abordagem quantitativa dos dados. A amostra ficou composta por 101 cuidadores familiares recrutados nos ambulatórios e enfermarias do HCFMRP-USP. Para coleta de dados foram utilizados o Questionário de informações sociodemográficas e familiares; a Escala Zarit Burden Interview (ZBI); o WHOQOL-breve; o Inventários Beck de Ansiedade (BAI) e de Depressão (BDI-II) e a FACES IV para avaliação familiar. A média de idade dos cuidadores foi de 49,7 anos; o tempo médio de cuidado foi 33 meses; a maioria mulheres (88%); com companheiro (74%) e pessoas com até 8 anos de escolaridade (55%). Dentre os participantes, 76,3% apresentaram sobrecarga, 49,5% apresentaram sintomas de ansiedade, 45,5 sintomas de depressão e 23,8% avaliaram suas famílias como disfuncionais. Na comparação entre os subgrupos diferenciados pelo perfil familiar, as famílias funcionais tiveram resultados significativamente superiores nas subescalas coesão, flexibilidade, comunicação e satisfação familiares e nos domínios físico, social e ambiental de qualidade de vida, enquanto as famílias disfuncionais tiveram resultados mais elevados nas subescalas desengajada e caótica e na ZBI. Comparando-se os subgrupos diferenciados por sobrecarga observou-se que cuidadores com ausência ou pouca sobrecarga apresentaram escores significativamente mais elevados na subescala flexibilidade, comunicação e satisfação familiares e nos domínios físico, psicológico, social e ambiental de qualidade de vida, enquanto os cuidadores com algum nível clínico de sobrecarga tiveram resultados superiores na subescala caótica e nos escores de ansiedade e depressão. A análise de regressão logística mostrou que conforme aumenta a sobrecarga aumenta a chance de pertencer a uma família disfuncional e que pertencer à classe social mais baixa também aumenta esta chance. Parte dos resultados deste estudo reafirmam dados de outras pesquisas, especialmente ao apontar que, em geral, as mulheres (filhas ou esposas) assumem o papel de cuidador informal, independentemente de manterem suas atividades de rotina (em casa ou no trabalho). Funcionamento familiar, conforme medido pela FACES IV, mostrou associação com a sobrecarga do cuidador e com qualidade de vida, confirmando, em parte a hipótese deste trabalho de que sintomas de depressão e ansiedade seriam mais evidentes e a qualidade de vida mais comprometida para os cuidadores familiares que participam de famílias disfuncionais do que naquelas consideradas funcionais. Exceto coesão, todas as outras variáveis familiares mostraram melhores resultados na avaliação dos cuidadores familiares que não apresentaram indicadores clínicos de sobrecarga. Ainda, as análises indicaram que conforme aumenta flexibilidade diminui a sobrecarga; o mesmo ocorrendo para comunicação. Isto reforça a hipótese de que a família possa mediar, em alguma medida, a percepção de sobrecarga e os efeitos desta sobre a saúde mental e qualidade de vida do cuidador. Os resultados oferecem subsídios para estudos voltados ao desenvolvimento de intervenções no âmbito familiar, para o cuidado integral de pacientes acometidos por doenças crônicas e limitadoras da funcionalidade |