Avaliação da eficácia da limpeza e desinfecção de alto nível na remoção do biofilme em canais de endoscópios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Balsamo, Ana Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-14052009-102812/
Resumo: Os endoscópios são equipamentos aprovados para serem reutilizados, apesar de apresentarem estrutura interna complexa, composta por canais longos com lúmens estreitos, o que permite a aderência de matéria orgânica e microrganismos, favorecendo assim a formação de biofilmes. Estes dificultam o processamento eficaz, representando um desafio no reuso desses equipamentos. A formação do biofilme é inevitável ao longo do processamento dos endoscópios e há grande dificuldade em removê-lo completamente. Em razão disso, pesquisas atuais apontam-no como possível responsável pela transmissão de infecções exógenas e efeitos adversos que se manifestam em pacientes submetidos a endoscopias gastrointestinais. Essa realidade tem trazido à tona a preocupação em erradicá-lo. Assim, este estudo teve como objetivos avaliar a ação da desinfecção de alto nível na remoção de biofilme após limpeza prévia com escovação em corpos amostrais, simulando os canais de endoscópios flexíveis e comparar os produtos comercialmente disponíveis no mercado nacional para a remoção do biofilme dos endoscópios. Trata-se de uma pesquisa experimental, laboratorial e comparativa. Foram utilizados tubos de revestimento interno de politetrafluoretileno (Teflon®) e a Pseudomonas aeruginosa como microrganismo teste, formadora de biofilme. Foi montado um modelo validado para o desenvolvimento do biofilme. Os corpos amostrais contaminados foram submetidos inicialmente ao processo manual de limpeza com detergente enzimático e escovação. Em seguida, os corpos amostrais foram submetidos a cinco métodos de desinfecção de alto nível, quais sejam: o ácido peracético com concentração de 0,09% a 0,15%, o sistema Steris®, o glutaraldeído a 2%, e a água eletrolítica ácida. Foram extraídos três segmentos, de aproximadamente três milímetros representando o início, meio e fim de cada corpo amostral e analisados com o auxílio da microscopia eletrônica de varredura quanto a presença de biofilme. Conclui-se que nenhum método testado removeu 100% dos biofilmes e que essa remoção depende da interação entre o método de limpeza e a desinfecção posterior. Verificou-se que o método que mais removeu fisicamente o biofilme foi o glutaraldeído a 2% em reprocessadora automática, provavelmente justificado pelo double brushing, uma vez que o equipamento tem uma fase de limpeza no início de seu ciclo. O método que se mostrou mais eficaz na remoção de biofilme e outros resíduos constituídos de bactérias isoladas e da matriz de exopolissacarídeos, foi sistema Steris®. O método que se mostrou menos eficaz na remoção do biofilme e outros resíduos foi a água eletrolítica ácida. Considerando que a água é uma fonte de biofilme, sugeri-se utilizar filtros para a água do enxágüe e a rinsagem final dos canais com álcool. A despeito de tecnologias atualmente disponíveis para o processamento de canais dos endoscópios, nenhum dos métodos testados na presente investigação foi completamente eficaz para remover os biofilmes frente ao desafio imposto. Resta, portanto, recomendar que práticas baseadas em protocolos das sociedades sejam rigorosamente seguidas, apesar do tempo requerido para as boas práticas e optar, preferencialmente pelo processo automatizado, a fim de diminuir o erro humano