Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Beatriz de Azevedo Muner |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-09062022-130630/
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Resumo: |
Introdução: Técnicas cirúrgicas bariátricas são consideradas o tratamento mais eficaz para obesidade grave. A derivação gástrica em Y-Roux (DGYR) é uma técnica cirúrgica mista que consiste na redução do reservatório gástrico (restrição) e desvio do duodeno e jejuno proximal do trânsito alimentar (disabsorção). A DGYR tem sucesso na perda de peso e controle metabólico; entretanto, a ocorrência de deficiências nutricionais é uma de suas complicações mais comuns, o que inclui deficiência de folato. O folato é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B e atua como aceptor e doador de unidades de carbono em reações críticas para o metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos. Objetivo: O presente estudo buscou identificar alterações de variáveis relacionadas ao metabolismo do folato que pudessem contribuir para sua deficiência pós-DGYR. Metodologia: A expressão de genes gastrointestinais relacionados à via do folato, assim como os níveis séricos e de ingestão alimentar deste micronutriente foram avaliados em 20 mulheres obesas graves, antes e após 3 meses de DGYR. Nesses períodos foram coletadas biópsias do duodeno, jejuno e íleo, por enteroscopia de duplo balão, para o estudo de alterações da expressão tecidual de ácido ribonucleico mensageiro (RNA), por técnica de microarray (abordagem global). Os resultados encontrados pelo microarray foram validados por técnica de RT-qPCR (abordagem alvo). O consumo dietético habitual de folato foi estimado pelo método Multiple Source Method, a partir de dados de registro alimentar de 7 dias, e suas concentrações plasmáticas foram dosadas em condições de jejum por Eletroquimioluminescência. A análise estatística contemplou teste de correlações entre expressão gênica tecidual e as variáveis sistêmicas e dietéticas avaliadas. Resultados: Após 3 meses de DGYR (vs. pré-operatório), foram observadas alterações transcriptômicas em todos os segmentos intestinais avaliados, com diminuição da expressão de genes que codificam transportadores do folato e aumento da expressão de genes envolvidos na sua biossíntese (p < 0,05). Em paralelo, o consumo alimentar de ácido fólico (que já se apresentou deficiente no pré-operatório) e suas concentrações plasmáticas diminuíram após 3 meses de DGYR, em relação ao período pré-operatório (p < 0,05). Ademais, a concentração plasmática de folato apresentou correlação inversa significativa com a expressão duodenal de FOLR2 e SHMT2 (p < 0,001). Conclusões: As observações do presente estudo sugerem que alterações anatômicas intestinais induzidas por DGYR podem modificar a expressão de genes relacionados ao metabolismo do folato e que essas alterações, ao menos no duodeno, podem afetar níveis sistêmicos desse micronutriente. Nesse sentido, nossos dados suportam a necessidade de se monitorar níveis de folato no pré e pós-operatório de DGYR, para identificar eventuais deficiências e indicar sua suplementação |