Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Alencar, Rodrigo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-07022017-105533/
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Resumo: |
A relação entre drogas e psicanálise tem um entrelaçamento desde o início do projeto freudiano. A criação da psicanálise se deu logo após o envolvimento de Freud com a polêmica da cocaína e seus decorrentes embates políticos. Nessa época, questões ligadas à moralidade e ao papel da ciência em nossa sociedade começavam a entrar em xeque, por consequência do avanço tecnológico e da preocupação com a gestão dos hábitos de populações que viviam em um mundo imerso em novas possibilidades de satisfação, comercializadas enquanto soluções para o enfrentamento do mal-estar da civilização. Nossa pesquisa busca apresentar quais fatores presentes na constituição do sujeito moderno contribuem para a formação do problema das adicções, assim como mostrar que a abordagem da psicanálise sobre o assunto pode ter ignorado aspectos fundamentais para o enfretamento do problema. Por meio da teoria pulsional de Freud e da teoria de sujeito desenvolvida por Jacques Lacan, realizamos uma leitura crítica das proposições fundamentais da psicanálise sobre as drogas, a saber, a noção de autoerotismo e também a droga como elemento antissocial. Como fundamentação desta crítica, propomos uma leitura do superego presente nas adicções enquanto mecanismo integrante do que Marshall Berman cunhou de desenvolvimento fáustico. A leitura de Berman nos proporciona uma visão na qual os efeitos colaterais do desenvolvimento capitalista repercutem nas adicções enquanto problema social, possibilitando identificar como o papel das drogas em nossa sociedade possui aspectos ignorados pela formulação da teoria psicanalítica até então. Dentre esses aspectos, identificamos os lugares do trabalho e das condições sociais como fatores fundamentais no entendimento das adicções. Como resposta às teorias existentes e como proposição clínica, recorremos à formulação teórica de Nathalie Zaltzman sobre o que a mesma denominou de pulsão anarquista, constructo o qual a psicanalista direciona à clínica de situações limite. Por fim, apresentamos algumas vinhetas clínicas que servem de suporte para as reflexões e rearranjos teóricos na abordagem psicanalítica sobre o tema. Passagens que foram extraídas de experiências de trabalho no âmbito da saúde pública e em atendimentos em consultório particular compõem as modulações transferenciais, categorias que utilizamos para compreender as diferentes configurações de demandas clínicas em torno da questão das drogas e seus possíveis direcionamentos. Com o suporte das vinhetas clínicas, pudemos apontar os limites que se situam entre as drogas e os profissionais que acolhem os pacientes com essa demanda, estabelecendo uma interpretação do fenômeno da fissura, no qual a satisfação tóxica pode até ser imprescindível, mas não é suficiente |