Protocolo com produtos químicos para o enfrentamento do biofilme em linhas d\'água de equipos odontológicos: perspectiva física, química, mecânica e biológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Monteiro, Rachel Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-22032022-155809/
Resumo: A biossegurança na odontologia visa o enfrentamento da contaminação cruzada e o biofilme em linhas d\'água de equipos odontológicos. O objetivo deste estudo foi investigar, na perspectiva física, química, mecânica e biológica, um protocolo de uso de produtos químicos com possível aplicabilidade nas linhas d\'água de equipos odontológicos para melhoria e manutenção da qualidade da água. O protocolo com produtos químicos (Produto A - ácido cítrico + cloreto de sódio; Produto B - bicarbonato de sódio + cloreto de sódio; Produto AB - ácido cítrico + bicarbonato de sódio + cloreto de sódio) foi empregado em corpos de prova de aço inoxidável que, posteriormente, foram submetidos aos ensaios de microdureza e corrosão. Ainda, ensaios de cor, microdureza, rugosidade e de atividade antibiofilme [biomassa total (cristal violeta), atividade metabólica (XTT), viabilidade por meio de corante fluorescente e microscopia confocal de varredura à laser, bem como morfologia estrutural do biofilme por microscopia eletrônica de varredura (MEV)] foram realizados em corpos de prova de poliuretana. As cepas padrão empregadas para avaliar a atividade antibiofilme monoespécie foram Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Staphylococcus aureus (ATCC 29923) e Escherichia coli (ATCC 25922). Com relação à alteração da microdureza no aço inoxidável, após a imersão simulada por 1 e 2 anos nos Produtos (A+B+AB), não houve diferença dos resultados com o grupo controle (água). Decorrida a exposição aos produtos e grupo controle, a maioria das amostras de aço inoxidável apresentou tendência à corrosão. Ainda, houve alterações de cor, microdureza e rugosidade nas superfícies de poliuretana após a imersão simulada por 1 e 2 anos dos produtos e do grupo controle. A avaliação da biomassa dos biofilmes indicou que o Produto A (p=0,003) e o Produto AB (p=0,019) reduziram significativamente o biofilme de P. aeruginosa em comparação com o controle. Por outro lado, a avaliação da biomassa do biofilme formado por S. aureus sugeriu que o Produto B (p=0,018) promoveu maior ação antibiofilme. Em relação aos biofilmes formados por E. coli, o Produto A (p=0,001) e o uso sequencial dos Produtos A+B+AB (p=0,021) mostraram os melhores resultados. Para o XTT em comparação com o controle, os tratamentos com o Produto A (p=0,001), o Produto AB (p<0,001) e o uso sequencial dos Produtos A+B+AB (p=0,002) reduziram significativamente a atividade metabólica do biofilme de P. aeruginosa. No biofilme formado por S. aureus, contrariando os resultados observados na avaliação da biomassa, o Produto B não promoveu alterações significantes na atividade metabólica (Produto A: p<0,001; Produto AB: p=0,007; uso sequencial dos Produtos A+B+AB: p<0,001). Considerando o biofilme formado por E. coli, observou-se que o Produto B (p=0,046), o Produto AB (p<0,001) e o uso sequencial dos Produtos A+B+AB (p<0,001) promoveram redução da atividade metabólica. Observou-se redução significativa do biofilme total após o emprego dos produtos (p<0,001), em relação ao controle. Apesar da redução significativa, ainda se observou agregados de biofilme residual, cobrindo extensa porção das superfícies, mesmo após o uso dos produtos. Considerando a quantidade de células vivas de P. aeruginosa e E. coli, o Produto A e o Produto B, isolados ou em conjunto demostraram resultados semelhantes. Além disso, o Produto AB e o uso sequencial dos Produtos A+B+AB não promoveu diferença na quantidade de células vivas de S. aureus, em comparação ao controle, indicando que a combinação dos produtos não potencializou a atividade antibiofilme. Em conclusão, os produtos analisados nesta pesquisa mostraram potencial inovador para o enfrentamento do biofilme linha d\'água dos equipos odontológicos, preservando as propriedades físicas, químicas e mecânicas dos materiais.