Água em elevada temperatura: é viável a sua aplicabilidade no controle do biofilme de equipo odontológico?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dallalana, Erick Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-22102019-210214/
Resumo: Na Odontologia, as linhas d\'água de equipos odontológicos são substratos para a formação de biofilme e, consequentemente, dispersão dessa contaminação microbiana para água destinada ao tratamento odontológico. O objetivo desta pesquisa foi investigar a atividade antibiofilme da água em elevada temperatura contra Pseudomonas aeruginosa, visando à sua aplicabilidade em linhas d\'água de equipos odontológicos para o controle dessa problemática. Trata-se de um estudo do tipo experimental/laboratorial in vitro. Alíquotas de 2mL de Tryptic Soy Broth com 1% do inóculo bacteriano padronizado (106UFC/mL) de P. aeruginosa (ATCC 27853) foram inoculadas em cada um dos poços de placas de poliestireno de 24 poços. Em seguida, fragmentos de linha d\'água (FL) de 1cm (n=48) foram transferidos para os poços das placas. A incubação foi efetuada em estufa de agitação a 37°C por 24h em 80rpm. Decorrido o período de incubação, os FL foram enxaguados com 5mL de solução salina a 0,85% por três vezes para retirada das células planctônicas. Posteriormente, as amostras foram transferidas para duas placas de 24 poços contendo 2mL de água purificada do tipo II (osmose reversa) esterilizada em cada poço. Grupos experimentais com temperaturas e tempos de exposição diferentes foram avaliados: temperatura ambiente (controle) - (n=24) e a 60°C (n=24), e 30s (n=12) e 60s (n=12). As amostras dos FL foram transferidas para microtubos contendo 1mL de Tryptic Soy Broth e pérolas de vidro. Os tubos foram homogeneizados em agitador de tubos por 2min e, em seguida, alíquotas de 50µL in natura e diluídas (diluição decimal seriada até 10-5) foram semeadas em placas de Petri (60x15mm) com Cetrimide Agar. Após o período de incubação em estufa a 37°C por 24h, os números de unidades formadoras de colônia expressas por FL (UFC/FL) foram determinados. Além disso, as amostras dos FL foram fixadas, desidratadas, metalizadas e submetidas à análise por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os dados coletados foram submetidos à análise estatística empregando-se os testes de Shapiro-Wilk e U de Mann-Whitney por meio do software BioEstat® (versão 5.3) e nível de significância a=5%. Houve diferença entre a comparação das medianas das cargas bacterianas expostas à água à temperatura ambiente (335.000UFC/FL) e a 60°C (2.030UFC/FL) por 30s (p=0,0005), com redução de 3logUFC/FL. Ainda, a comparação entre as medianas das cargas bacterianas expostas à água à temperatura ambiente (173.000UFC/FL) e a 60°C (1.780UFC/FL) por 60s mostrou diferença (p=0,0047), com redução de 2logUFC/FL. A MEV demonstrou a presença de biofilme em todas as amostras analisadas, entretanto nos FL expostos à água a 60°C, os bastonetes (P. aeruginosa) foram evidenciados em menor quantidade e com características morfológicas atípicas. Em conclusão, a exposição do biofilme de P. aeruginosa formado nos FL de equipo odontológico à água em elevada temperatura reduziu a carga e alterou a morfologia bacteriana, demonstrando possível aplicabilidade na biossegurança: controle de contaminação/infecção na Odontologia