A mestiçagem no microscópio: entre a detração e a particularização, permaneceu a democracia racial. Uma análise de A mestiçagem no Brasil de Arthur Ramos (1930-1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tamano, Luana Tieko Omena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-28032012-184315/
Resumo: Esta dissertação faz uma análise a respeito da mestiçagem brasileira, principalmente entre brancos e negros, sob a perspectiva do antropólogo alagoano Arthur Ramos em seu livro A mestiçagem no Brasil. O objetivo é compreender o papel desempenhado por ele na inversão positiva da imagem da mestiçagem, em especial, a partir dos anos 1930, quando Arthur Ramos, pertencendo a um conjunto de intelectuais brasileiros, preocupados em construir uma unidade nacional, elevou a figura do mestiço à categoria do particular, isto é, de singularidade nacional, porém sempre atrelada a ideia de democracia racial. Nessa operação, Ramos negou a tese da degenerescência do mestiço, o que lhe valeu embates políticos e intelectuais à frente da defesa da mestiçagem (física e cultural). Foi um dos responsáveis pela mudança de foco interpretativo da história nacional, que saiu do âmbito racial para o cultural. Na mesma medida, atuou de forma enérgica pela defesa da democracia racial brasileira, vista por ele como resultado da ausência de barreiras legais provenientes da colonização portuguesa. Assim, o estudo empreendido reflete a função e o significado da atuação de Ramos no cenário científico internacional, por seu trabalho curto, embora significativo no Departamento de Ciências Sociais da Unesco, que rendeu às ciências sociais brasileiras uma visibilidade como produtora de saber científico, bem como a vinda do projeto Unesco ao Brasil nos anos 1950. Esta pesquisa examina uma obra póstuma, A mestiçagem no Brasil, pouco conhecida e trabalhada, mas de significação ímpar, haja vista sua confecção depois das atrocidades da Segunda Guerra Mundial e ao retorno das concepções racistas do século XIX pelos nazistas.