Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Almado, Carlos Eduardo Lopes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17134/tde-18112024-125208/
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Resumo: |
No presente estudo investigamos os efeitos da hipóxia crônica intermitente (HCI) sobre a neurotransmissão glutamatérgica em neurônios do núcleo do trato solitário (NTS) e sobre as propriedades intrínsecas dos neurônios retículo-espinhais pré-simpáticos e respiratórios do bulbo ventro-lateral. Para isso, utilizamos ratos Wistar jovens (P19-P21) submetidos à HCI (6% de O2 por 30 a 40 seg, a cada 9 minutos, 8 horas por dia) por 10 dias, enquanto ratos controle foram mantidos em condições de normóxia (20,8% de O2) durante o mesmo período. Utilizamos a técnica de whole cell patch-clamp para estudo da neurotransmissão e propriedades eletrofisiológicas desses neurônios. Observamos que a HCI reduziu a amplitude das eEPSCs seletivamente nos neurônios considerados de segunda ordem de acordo com o desvio padrão das latências (DPL) das correntes sinápticas evocadas por estimulação do TS. A investigação dos mecanismos envolvidos nessa redução revelou que a HCI não afeta a probabilidade de liberação vesicular (PR) das sinapses do TS sobre esses neurônios, uma vez que depressão a curto prazo dessas correntes não se mostrou alterada. Adicionalmente, observamos que a HCI não altera os receptores não-NMDA pós-sinápticos pelo fato de não termos verificado diferenças na amplitude das eEPSCs uniquânticas (tamanho dos quanta, q) obtidas pela substituição do cálcio extracelular por estrôncio (eEPSCS assíncronas - aeEPSCs), ou por meio da estimulação mínima do TS. Concluímos que a HCI reduz a corrente pós-sináptica gutamatérgica do TS reduzindo o conteúdo quântico (m, que é o produto da PR pelo número de sinapses funcionais, n) diminuindo o parâmetro n. Além disso verificamos que a HCI reduz igualmente a amplitude das eEPSCs via receptores NMDA, o que sugere que a redução do n não ocorre por internalização seletiva dos receptores não-NMDA pós-sinápticos, mas provavelmente por um mecanismo de silenciamento sináptico. Observamos também que os efeitos da HCI são revertidos após três semanas do término da HCI, também por meio da participação de mecanismos compensatórios distintos aos que produziram a depressão inicial. Finalmente, observamos que a HCI não afeta a excitabilidade intrínsica dos neurônios retículo-espinhais respiratórios e pré-simpáticos do bulbo ventral que são fundamentais para geração do ritmo respiratório e atividade eferente simpática, respectivamente, sugerindo que os efeitos da HCI não são devidos a alterações na excitabilidade intrínsica desses neurônios. Concluímos que a HCI deprime a neurotransmissão entre o TS e neurônios de segunda ordem do NTS por silenciamento sináptico, efeito esse que é revertido após 3 semanas de normóxia pela contribuição de mecanismos compensatórios. Além disso, a HCI parece não determinar maiores alterações nas propriedades intrínsecas de membrana dos neurônios retículo-espinhais da região rostro-ventrolateral do bulbo. |