Resistência de Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) a bifenthrin: padrão de herança, resistência cruzada e estabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Gabriel Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-07102024-140619/
Resumo: O uso de inseticidas piretroides tem sido uma das estratégias para o manejo de Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) no Brasil. Contudo, falhas no controle de D. maidis com piretroides têm sido reportadas nos últimos anos. Sendo assim, para melhor compreensão do crescente problema e estabelecer estratégias de manejo da resistência ao inseticida piretroide bifenthrin, uma linhagem de D. maidis resistente a bifenthrin foi selecionada para i) caracterizar o padrão de herança da resistência, ii) entender as relações de resistência cruzada entre bifenthrin e outros inseticidas, e iii) avaliar a estabilidade da resistência na ausência de pressão de seleção em condições de laboratório. A seleção da linhagem resistente de D. maidis a bifenthrin (Bif-R) foi realizada a partir de uma população coletada em Rio Verde, GO em 2022. Após 11 ciclos de seleção massal em condições de laboratório, a razão de resistência de D. maidis a bifenthrin aumentou de 175 para ≈3174 vezes. A partir de cruzamentos recíprocos entre as linhagens suscetível (Sus) e resistente a bifenthrin (Bif-R), o padrão de herança obtido foi autossômico e incompletamente dominante. Os retrocruzamentos dos heterozigotos com o parental fenotipicamente mais distinto (Sus) indicou que a resistência tem caráter poligênico. Foram obtidas alta resistência cruzada ou múltipla para lambda-cyhalothrin, imidacloprid e acetamiprid e baixa resistência cruzada para dinotefuran, thiamethoxam, carbosulfan, methomyl e acephate em linhagem de D. maidis resistente a bifenthrin. A resistência de D. maidis a bifenthrin foi instável, ou seja, reduções significativas na suscetibilidade da população coletada em Rio Verde-GO foram observadas na ausência de pressão de seleção, com diminuição da razão de resistência de 175 para apenas 16 vezes, após 11 gerações na ausência da pressão de seleção. Reduções na frequência de resistência de D. maidis a bifenthrin foram observadas também no estudo de estabilidade da resistência em populações com diferentes proporções de indivíduos suscetíveis e resistentes (0 Sus:100 Bif-R, 20 Sus:80 Bif-R, 50 Sus:50Bif-R, 80Sus:20Bif-R, e 100Sus:0 Bif-R). Os resultados deste trabalho evidenciam alto risco de evolução da resistência de D. maidis a bifenthrin; contudo, a resistência pode ser manejada devido à sua instabilidade na ausência de pressão de seleção, mediante uso de inseticidas sem resistência cruzada e implementação de outras táticas de controle.