Resistência de genótipos de milho Bt e não-Bt a Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) e molicutes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Faria, Rodrigo Donizeti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MIP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192354
Resumo: O milho (Zea mays L.) é um dos principais cereais cultivados no mundo. O Brasil é o terceiro maior produtor deste grão ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos da América. A cigarrinha Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae) causa danos diretos à cultura por meio da sucção contínua de seiva, além de ser vetora de fitopatógenos como o espiroplasma Spiroplasma kunkelli Whitcomb (CSS) e o fitoplasma Candidatus Phytoplasma asteris (MBSP), molicutes responsáveis por enfezamentos nas lavouras. O uso do controle químico dessa espécie apresenta baixa eficiência por se tratar de um inseto com alto grau de dispersão. A utilização de genótipos resistentes a pragas agrícolas é uma estratégia valiosa e compatível com as demais ferramentas do manejo integrado de pragas (MIP). O presente estudo objetivou avaliar 32 genótipos de milho não-Bt e Bt sob condições de campo, visando caracterizar a expressão de antixenose e a incidência de molicutes. Foram realizados dois experimentos, sendo o primeiro na “safrinha” (2018) e o segundo na “safra de verão” (2018/2019). Para a constatação da presença do espiroplasma e do fitoplasma, foi realizada análise PCR na “safra de verão” (2018/2019). Posteriormente, avaliou-se a possível expressão de resistência por antixenose e/ou antibiose em 11 genótipos de milho previamente selecionados no ensaio conduzido a campo (Capítulo 1), sobre D. maidis em casa de vegetação. Os parâmetros biológicos avaliados foram: duração dos estádios e do período ninfal, viabilidade por ínstar e total da fase ninfal e longevidade de adultos. Adicionalmente, foram feitas análises morfológicas e físicas dos genótipos (densidade de tricomas, dureza da folha e nervura), visando estabelecer correlações com as categorias de resistência. Nos ensaios conduzidos a campo, não houve diferença significativa quanto à infestação por adultos nos genótipos estudados em ambas as safras; contudo, XB 8018, XB 8018 Bt, XB 8030, XB 8030 Bt, XB 9003, 90XB06 Bt, JM 2M60, 60XB14, XB 7116 Bt, 30F53 HR e SCS 154 Fortuna se destacaram com menores valores absolutos de adultos de D. maidis sobre suas plantas, sugerindo a presença de fatores antixenóticos de resistência. Os genótipos 90XB06 Bt, 30F53 VYHR, SCS 156 Colorado, IAC 8046, 30F53 YH, DKB 310 VTPRO3 não foram infectados por fitoplasma e espiroplasma durante a safra de verão. No ensaio da biologia, constatou-se que os genótipos 90XB06, IAC 8390, XB 9003 e DKB 310 PRO3 expressaram antixenose sobre D. maidis, reduzindo a oviposição do inseto. Os genótipos 60XB14, 90XB06, IAC 8046, XB8018 e IAC 8390 expressaram antibiose e/ou antixenose sobre a cigarrinha, reduzindo a viabilidade ninfal. A dureza das nervuras está provavelmente associada à resistência de alguns dos genótipos avaliados e configura-se como importante defesa morfológica contra D. maidis. Os resultados podem auxiliar os programas de melhoramento genético de milho focando resistência a D. maidis e os patógenos associados e contribuindo com o MIP da cultura.