Efeito do estádio de desenvolvimento da planta e densidade populacional do inseto vetor, Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae), sobre a transmissão e danos do fitoplasma do milho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vilanova, Euclides de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-26052021-105522/
Resumo: Patossistemas com alta especificidade patógeno-vetor-planta são invariavelmente favorecidos pela produção intensiva da cultura. Tal situação é bem exemplificada pela cultura do milho no Brasil, na qual os molicutes maize bushy stunt phytoplasma (MBSP) e Spiroplasma kunkelii, associados aos enfezamentos vermelho e pálido, respectivamente, tornaram-se patógenos de importância primária. Nesse contexto, é fundamental compreender a dinâmica de ocorrência da doença e sua relação com os danos, de modo a nortear o manejo. Esta pesquisa teve como objetivo investigar o impacto do MBSP em função de fatores como o estádio da planta em que ocorre a inoculação, densidade populacional do inseto vetor, Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae), e híbridos de milho. Para isso, conduziu-se um experimento de inoculação de MBSP tendo como fatores e níveis (tratamentos): estádio fenológico (V2, V5 e V9), híbrido (suscetível e tolerante a enfezamentos); densidade populacional da cigarrinha D. maidis (0,5 e 15 cigarrinhas adultas/planta) e sua infectividade (cigarrinhas infectivas - expostas previamente a plantas infectadas por MBSP, e cigarrinhas não infectivas). Em diferentes períodos após a inoculação, avaliou-se a incidência de infecção por MBSP (taxa de transmissão), severidade dos sintomas e parâmetros de desenvolvimento e de produção de plantas de milho. Os resultados mostraram que, quanto mais precocemente a planta de milho for exposta à inoculação por MBSP, maior a incidência e severidade de enfezamento vermelho e redução de produção, sendo que o nível de perdas depende diretamente da incidência da doença. Inoculações em V2 reduziram o período de incubação da doença, em relação aos estádios mais tardios. A incidência foi baixa quando a planta foi inoculada em V9, ocorrendo infecções latentes (plantas assintomáticas). Verificou-se maior incidência de plantas infectadas e redução na produção em plantas expostas a maiores populações de cigarrinhas infectivas (exceto no estádio V9). A incidência de infecção foi maior para o híbrido suscetível, em todos os estádios inoculados. O híbrido tolerante mostrou baixa incidência de plantas infectadas e, quando houve infecção, as perdas de produção foram menos expressivas. Em um experimento complementar, verificou-se que as eficiências de aquisição (taxa de infectividade) e de transmissão de MBSP por D. maidis independe do estádio vegetativo (V2, V5 ou V9) em que plantas-fonte desse patógeno foram inoculadas e da densidade populacional de insetos infectivos (5 ou 15 cigarrinhas por planta) à qual foram expostas. Em geral, os resultados indicam a importância de um manejo eficaz de D. maidis ao longo do desenvolvimento da cultura, pois além da forte redução na produção quando ocorre transmissão de MBSP nos estádios iniciais, a infecção em V9 ainda pode causar danos relevantes, além de aumentar o inóculo para a disseminação do patógeno a outros cultivos. A adoção de híbridos tolerantes ao MBSP também contribui para o manejo da doença, reduzindo a incidência de infecção e perdas de produção.