Respostas comportamentais da cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae), a plantas infectadas pelo fitoplasma do milho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ramos, Anderson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-25052021-102221/
Resumo: Bactérias fitopatogênicas podem influenciar o comportamento do inseto vetor, induzindo mudanças fisiológicas nas plantas hospedeiras, com possíveis implicações na sua disseminação. Nesta pesquisa investigou-se o efeito da infecção pelo fitoplasma do milho no comportamento de seleção hospedeira da cigarrinha vetora, Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott). Ensaios de livre-escolha contrastando folhas de milho (Zea mays L.) sadias (\'mock-inoculated\') vs. infectadas foram conduzidos durante a fase assintomática e sintomática da infecção da planta, com machos ou fêmeas de cigarrinhas previamente expostos a plantas infectadas (bacterilíferas) ou não. Em cada ensaio, 40 adultos foram liberados em arenas de escolha onde apenas as folhas de duas plantas de cada tratamento foram oferecidas aos insetos. Os insetos pousados nas folhas foram contados após 1, 2, 3, 5, 7, 9, 11 e 23 h da liberação. Durante a fase assintomática, observou-se efeito apenas em fêmeas bacterilíferas, que preferiram folhas de plantas sadias. A fase sintomática desencadeou um efeito \'pull-push\' em fêmeas não bacterilíferas, que foram primeiro atraídas por folhas sintomáticas (assim como machos), mas horas depois mudaram para folhas sadias, enquanto machos não bacterilíferos se distribuíram igualmente entre os tratamentos. Machos e fêmeas bacterilíferos inicialmente não discriminaram entre folhas sadias e sintomáticas, mas apenas as fêmeas movimentaram-se para folhas sadias 9 h após a liberação. A oviposição foi drasticamente reduzida nas folhas sintomáticas. Esses resultados foram corroborados por experimentos de escolha envolvendo apenas pistas visuais, em que o pouso das cigarrinhas foi avaliado sobre folhas de plantas sadias ou sintomáticas e por experimento de comportamento alimentar, em que os insetos foram confinados sobre folhas dos mesmos tratamentos. A coloração das plantas infectadas sintomáticas foi mais atrativa para o pouso independente do gênero e da infectividade dos insetos. Já a taxa de ingestão de seiva por cigarrinhas, medida indiretamente pela taxa de excreção de honeydew, foi reduzida em plantas sintomáticas no caso de fêmeas, mas não para os machos. O estudo mostra que o fitoplasma do milho otimiza sua disseminação primária e secundária, mediante alterações no comportamento de seleção hospedeira da cigarrinha vetora.