Comportamento e valor prognóstico da função atrial esquerda em pacientes com estenose aórtica tratados com implante transcateter de valva aórtica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guimarães, Wanessa Nakamura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-26122019-155118/
Resumo: Introdução: A estenose aórtica (EAo) é uma patologia que vem aumentando em incidência, decorrente do fenômeno de envelhecimento populacional. O implante valvar aórtico transcateter (TAVI) promove reversão do remodelamento ventricular esquerdo e melhora da função sistólica desta cavidade. Os efeitos sobre o átrio esquerdo (AE) ainda são discutíveis e alvo de estudos para melhor compreensão do seu comportamento, que tem sido aventado como parâmetro preditor de desfechos cardiovasculares. Objetivos: avaliar o comportamento da função atrial esquerda antes e após o tratamento percutâneo da EAo grave sintomática e correlacionar a função atrial esquerda com os desfechos clínicos - mortalidade, insuficiência cardíaca, reinternações cardiovasculares e início de fibrilação atrial. Métodos: foi avaliada a função atrial de 66 pacientes submetidos ao TAVI, por meio do strain atrial esquerdo (técnica utilizando o speckle tracking bidimensional) e análise de curvas volumétricas com a ecocardiografia tridimensional (E3D), antes e após o procedimento. Foram incluídos pacientes submetidos ao TAVI no período de dezembro de 2009 a junho de 2016 e excluídos pacientes com fibrilação atrial, estenose mitral, insuficiência mitral moderada ou superior e com janelas acústicas inadequadas para análise. Resultados: após o TAVI, houve regressão dos volumes do AE; a função desta cavidade pelo strain melhorou significativamente nas fases de reservatório (18,4 ± 5,9% vs. 21,1 ± 7,9%; p=0,001; 19,5 ± 6,3% vs. 23,0 ± 8,0%; p<0,001, respectivamente para as janelas apicais de quatro e duas câmaras) e de contração (11,0 ± 4,7% vs. 12,7 ± 5,5%; p=0,004, 11,6 ± 4,3% vs. 14,1 ± 5,9%; p=0,001; respectivamente para quatro e duas câmaras) e pela E3D em ambas as fases, de reservatório (33,8 ± 9,1% vs. 37,8 ± 9,6%; p=0,005) e de contração (19,8 ± 12,1% vs. 24,9 ± 11,8%; p=0,012). No entanto, não houve melhora na funções relativas ao conduto pelo strain (7,5% ± 2,7% vs. 8,6% ± 4,1%; p=0,110 e 8,1% ± 3,8% vs. 9,1% ± 4,5%; p=0,079, respectivamente para quatro e duas câmaras) e pela E3D (17,0% ± 7,1% vs. 16,7% ± 7,4%; p=0,812). Quanto aos desfechos, a fração de esvaziamento total do AE apresentou associação com mortalidade global (HR = 0,896; p = 0,008) e cardiovascular (HR = 0,817; p = 0,004), e com a ocorrência de fibrilação atrial (OR = 0,915; IC 95% 0,857-1,001; p = 0,041). Conclusão: Houve melhora das funções de reservatório de contração do AE após o TAVI. A fração de esvaziamento total do AE associou-se à mortalidade e à fibrilação atrial após o procedimento.