Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Matias, Mayke Suênio Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04102022-184814/
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Resumo: |
Assombro: um romance de histórias foi originalmente publicado em 2005 pelo autor estadunidense Chuck Palahniuk (1962-). A obra possui uma complexa estrutura narrativa que parodia o Decameron, de Giovanni Boccaccio, Os contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer, e os 120 dias de Sodoma, de Marquês de Sade. Ao emular os três autores, Palahniuk constrói sua narrativa no momento e no contexto em que nós, sujeitos da contemporaneidade, vivemos: pautados por um sistema capitalista neoliberal de consumo. Trata-se de um autor com uma produção artística polêmica, mas que, para além de chocar, tem um intuito maior: o de expor a ferida e diagnosticar o mal social a partir do que ele denomina Ficção Transgressiva. E Assombro seria uma das obras que mais representa esse diagnóstico, dada sua diversidade temática riquíssima. Para a análise do romance, optamos pelos escritos teóricos do Círculo de Bakhtin, com maior destaque para a sua Teoria do romance (2015, 2018, 2019) na qual o teórico busca apresentar uma estilística do romance, tomando-o pelo que é: um gênero literário com um discurso poético que o pesquisador deve analisar partindo de seu especificum, pois para o teórico o romance é um heterodiscurso social artisticamente organizado -- e sendo ele como um todo verbalizado é um fenômeno pluriestilístico, heterodiscursivo e heterovocal. O objetivo é analisar o objeto aos olhos de uma poética sociológica, em que não se separam forma e conteúdo, já que são indivisas no discurso quando este é concebido como fenômeno social - social em todos os campos de sua vida e em todos os seus elementos. Sob esse prisma sociológico buscamos demonstrar, num primeiro momento, como o autor-criador constrói os discursos dentro do romance para mostrarmos que 1) o discurso dos personagens é a representação artística do discurso de um sujeito neoliberalizado; 2) a voz do narrador, pelos discursos indireto e indireto livre, cumpre a função de minar, por meio da parodização, esse discurso neoliberal, corroendo-o de dentro para fora de forma ambivalente. Em um segundo momento, tendo em mente que a transgressão é um dos elementos da produção artística do autor, estando ela presente na sua temática, no seu conteúdo e, principalmente, em sua estrutura linguística, passamos a analisar como o autor faz uso do campo léxico-semântico do âmbito do grotesco para fins estéticos específicos, sendo esse léxico um dos fios que tecem o que denominamos nesta pesquisa de véu transgressor. |