Uma Amazônia poetizada: criações e inovações lexicais na obra de João de Jesus Paes Loureiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Raphael Bessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-13032019-093522/
Resumo: O objetivo desta tese é estudar as criações neológicas de campo semântico relacionado ao contexto amazônico presentes na poesia de João de Jesus Paes Loureiro, cujo pensamento poético dialoga com os mitos, crenças e com o imaginário nativo daquela região. Por meio de seu estilo, o autor busca expressar uma relação diferenciada para com a língua portuguesa, valendo-se de neologismos que marcam uma localização geográfica e cultural, buscando subverter a língua num trabalho de artesanato que almeja a renovação da palavra, transmutando-a do seu uso cotidiano para adquirir cargas semânticas variadas, poetizando o que o autor chama de mundamazônico. A partir do diálogo entre as teorias da estilística lexical e da poética formal, além do auxílio do pensamento estético postulado pelo próprio autor em seus ensaios, a pesquisa recolhe as invenções lexicais de contexto amazônico distribuídas ao longo da produção literária de Paes Loureiro, sobretudo as criações que desenvolvem questionamentos sobre a modernização e exploração financeira do norte do Brasil. A recolha do corpus, portanto, não se pretende extensa. Busca-se analisar apenas os neologismos que expressam questões íntimas à amazonicidade e ao aspecto regional. A pesquisa almeja ainda verificar como o estilo do autor desenvolve uma linguagem-rio, palavra reveladora do trabalho da poesia enquanto encantaria da linguagem, conforme aponta o autor. Os livros analisados para a pesquisa foram Porantim; Deslendário; Altar em Chamas; Para ler como quem anda nas ruas; As Encantarias; Artesão das águas; O ser aberto; A loba; Cinco palavras à Virgem de Nazaré; Pentacantos; Epístolas e Baladas; Cantigas de Amar e de Amor; e Tarefa todos inclusos nos volumes I e II das Obras Reunidas e Água de Fonte, Romanceiro do Quem são eles e Iluminação/Iluminuras, de modo a traçar o perfil expressivo que tais criações incidem para compor o estilo do autor.