Efeitos do treinamento físico na função endotelial e nas propriedades estruturais de grandes artérias de pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Missé, Rafael Giovane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-10122019-112229/
Resumo: Introdução. Dermatomiosite (DM), polimiosite (PM) e síndrome antissintetase (SAS) abrangem um grupo de doenças raras denominadas de miopatias autoimunes sistêmicas (MAS). Evidências recentes têm mostrado a presença de disfunção endotelial e aumento da rigidez arterial em diversas doenças autoimunes sistêmicas. Entretanto, há apenas um estudo que avaliou esses parâmetros em pacientes com MAS. Além disso, não há estudos avaliando o comportamento desses parâmetros vasculares nesses pacientes submetidos a um programa de treinamento físico. Objetivos. Avaliar a função endotelial e as propriedades estruturais de grandes artérias de pacientes com MAS. Secundariamente, avaliar o impacto do treinamento físico combinado sobre esses parâmetros vasculares. Métodos. O estudo constituiu de duas fases (transversal e longitudinal), no qual foram incluídos 23 pacientes consecutivos do sexo feminino com MAS (14 com DM, 7 com SAS e 2 com PM), no período de 2017 a 2018. Na análise transversal, as pacientes foram pareadas por idade e etnia com 12 indivíduos saudáveis (grupo controle) do sexo feminino. No estudo longitudinal, as pacientes foram submetidas a um programa de treinamento físico combinado entre força e aeróbio (2 vezes por semana em um período de 12 semanas). Os parâmetros do status da doença foram embasados nos escores do International Myositis Assessment & Clinical Studies Group (IMACS). A avaliação da função endotelial foi realizada através da vasodilatação mediada pelo fluxo (VMF) dependente do endotélio vascular, enquanto que as propriedades estruturais foram avaliadas por meio da velocidade de onda de pulso (VOP) e de mecanotransdutores no trajeto carótideo-femoral. Resultados. Na análise transversal, foram avaliadas 21 das 23 pacientes (14 com DM e 7 com SAS) e comparadas ao grupo controle. A média de idade das pacientes com DM e SAS, e grupo controle foram, respectivamente, 45,4±8,6, 44,0±6,1 e 43,9±7,2 anos (P > 0,999), com etnia predominantemente branca. Os valores de VMF (P=0,372) e VOP (P=0,253) foram comparáveis entre todas as pacientes e o grupo controle. Em uma análise adicional, foram observados valores semelhantes de VMF entre as pacientes com DM vs. SAS [8,3% (4,5%-10,9%) vs. 6,0% (-1,8%-8,2%); P=0.585]. Da mesma forma, os valores médios de VOP foram similares entre DM vs. SAS (7,4±0,8 m/s vs. 7,4±0,9 m/s; P=1,000). Na análise longitudinal, 5 pacientes (3 com DM e 2 com PM) foram avaliadas. Após a intervenção, houve a redução percentual da VMF em 4 pacientes (-44.0%, -50,4%, -80,0%, - 44,4%), e aumento da VOP (+15,0%, +3,3%, +1,1%, +15,4%). Conclusões. Pacientes com MAS apresentaram função endotelial e propriedades funcionais vasculares semelhantes ao grupo de indivíduos saudáveis. Após serem submetidas a um programa de treinamento físico combinado, observou-se uma redução porcentual da VMF e aumento da VOP. Estudos adicionais são necessários para corroborar com os dados do presente estudo