Efeitos do eugenol na microbiota intestinal e no metabolismo de glicose e lipídios de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodrigues, Marina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-09042021-103447/
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, com prevalência crescente a nível mundial. Possui associação com fatores genéticos, emocionais e ambientais. A inflamação de tecidos e anomalias metabólicas que ocorrem na obesidade está associada com a disbiose, o desequilíbrio entre as bactérias patogênicas e benéficas que compõem a microbiota intestinal. Dentre os tratamentos para obesidade, as terapias não convencionais têm ganhado destaque e entre elas estão os medicamentos baseados em plantas. O eugenol é o principal composto bioativo extraído do óleo do cravo da índia, e possui propriedades: antimicrobianas, antiinflamatória, antioxidante, entre outras. Diante da alta prevalência da obesidade, da importância da composição da microbiota intestinal na fisiopatologia dessa doença, e considerando os componentes do eugenol, é fundamental a busca de novas medidas para controle desta doença. Objetivo: avaliar os efeitos do eugenol no peso corporal, peso dos tecidos adiposos, hepático e pancreático, perfil lipídico e glicídico, acúmulo de lipídio hepático e pancreático, bem como a microbiota intestinal de animais alimentados com dieta hiperlipídica. Metodologia: foram utilizados 40 camundongos (C57BL/6) machos, alimentados com ração industrializada, e divididos em 4 grupos: dieta padrão (DP), dieta hiperlipídica (DH), dieta padrão com eugenol (DPE) e dieta hiperlipídica com eugenol (DHE) durante 8 semanas. A suplementação do eugenol foi via gavagem na dose de 500mg/kg. O peso corporal foi avaliado semanalmente e ingestão diariamente. Foi realizado o teste de tolerância à glicose e o teste de tolerância à insulina na última semana do experimento. Ao final do tratamento, os animais foram eutanasiados e coletadas fezes, sangue e tecidos: hepático, pancreático, adiposos retroperitoneal, epididimal e marrom. As análises foram realizadas via ANOVA e Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: para a ingestão alimentar obteve-se diferença entre os grupos DP e DH, onde o grupo hiperlipídico apresentou 20% menor consumo. Em relação ao ganho de peso corporal, a diferença foi entre os grupos DPE e DHE, onde o grupo DHE ganhou mais peso (40%). Apesar dos grupos hiperlipídicos terem apresentado um menor consumo da dieta, o eugenol não preveniu o ganho de peso no grupo DHE. Porém, notou-se um efeito do eugenol em prevenir o ganho de peso no grupo DPE. Para as gorduras retroperitoneal e epididimal a diferença foi entre os grupos DP e DH, tendo este último apresentado maior peso nessas gorduras. Na histologia, foi possível observar que o eugenol foi eficiente em prevenir o acúmulo de gordura hepática devido à presença de gotículas de gordura no grupo DH e à ausência no grupo DHE. Quanto à microbiota intestinal, observou-se melhora através do aumento no filo Actinobactéria nos grupos tratados (DPE e DHE) e redução de Proteobactéria no grupo DHE. Conclusão: o eugenol não preveniu o ganho de peso na DH, não preveniu o ganho de gordura corporal e também não melhorou o perfil glicídico e lipídico. Porém, a suplementação aparentou ter efeito protetor no acúmulo de gordura do fígado em camundongos alimentados com DH, além de ter proporcionado um aumento no filo Actinobactéria e redução no filo Proteobactéria.