Impacto do consumo de alimentos ultraprocessados na microbiota intestinal na infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Faggiani, Lucas Damasio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-27102023-130929/
Resumo: Objetivo: Investigar o impacto do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) na diversidade da microbiota intestinal no primeiro ano de vida dos participantes do Estudo MINA-Brasil. Métodos: O estudo foi realizado com participantes do seguimento de um ano da coorte de nascimento de base populacional Estudo MINA-Brasil, com coleta de microbiota intestinal (n=728). O consumo alimentar foi medido por recordatório alimentar semiestruturado referente à alimentação no dia anterior à entrevista. Uma variável combinada de aleitamento materno e AUP foi gerada (mama sim/não; AUP sim/não), considerando \"sim\" o consumo de ao menos um AUP (macarrão instantâneo, salgadinhos, embutidos, bebidas açucaradas e guloseimas). Um modelo hierárquico conceitual foi utilizado para seleção de covariáveis segundo níveis de determinação (p<0,05) nos modelos múltiplos finais. Coeficientes de regressão mediana com ajuste múltiplo (IC95%) foram analisados com a diversidade alfa da microbiota intestinal como variável dependente. A diversidade beta da microbiota intestinal foi analisada por PCoA e PERMANOVA. A abundância diferencial foi realizada por ANCOM-BC e árvore de calor filogenética, corrigida por FDR. Análises foram realizadas nos softwares Stata 16.0 e R. Resultados: O consumo de embutidos, salgadinhos e macarrão instantâneo (&ge;1 vez/dia) ou de qualquer tipo de AUP (&ge;2 vezes/dia) foi positivamente associado aos parâmetros de alfa diversidade. Crianças desmamadas que consumiam AUP associaram-se positivamente aos parâmetros de alfa diversidade, em relação ao grupo de crianças amamentadas que não consumiam AUP. O consumo de AUP não se associou à filogenia, sendo distinta apenas entre grupos de práticas de aleitamento materno contrastantes (mama sim ou não), segundo análises de beta diversidade e árvore de calor de abundância diferencial filogenética. Apesar disso, a prática de consumo de AUP induziu diferenças na diversidade e abundância dentro dos mesmos ramos filogenéticos. Conclusão: O aleitamento materno conseguiu atenuar o impacto do consumo de AUP, sendo observadas diferenças nos parâmetros de diversidade e abundância dos mesmos ramos filogenéticos, protegendo a microbiota intestinal de uma maturidade precoce no primeiro ano de vida.