Um modelo com política de juros e restrição de capital de giro em uma pequena economia aberta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Maziero, Pricila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-21112024-152511/
Resumo: Neste trabalho, busca-se verificar os impactos, em uma economia aberta, da política monetária a partir da política de juros do governo. Neste mesmo contexto, Parrado & Velasco (2001) derivam políticas monetárias ótimas para uma pequena economia aberta num ambiente de competição imperfeita e preços rígidos. Eles concluem que tal política deve responder aos choques internos da economia, alcançando deste modo, em termos de bem-estar, os mesmos resultados da economia artificial sob preços flexíveis. Com relação ao caso brasileiro, Kanczuk (2000) apresenta um modelo em que as firmas apresentam restrições de capital de giro, como Christiano & Einchenbaum (1995), e considera a política da autoridade monetária de determinação da taxa de juros e simula o modelo utilizando dados brasileiros. Os resultados deste trabalho, considerando a taxa de juros exógena, conseguem reproduzir os dados da economia brasileira. No presente trabalho é apresentado um modelo de equilíbrio geral de uma pequena economia aberta, com o objetivo de verificar os impactos da política monetária do governo sobre a economia. Assume-se aqui que o instrumento de política monetária do governo é a taxa de juros. Há dois tipos de bens consumidos nesta economia, os bens comercializáveis internacionalmente, os quais são em cada período, por hipótese, uma dotação dos consumidores e os bens não comercializáveis. Este último setor é composto de um continuum de firmas monopolisticamente competitivas, sendo que cada uma delas produz um dos z (z E (0,1)) bens não comercializáveis. Supõe-se que o único insumo utilizado para a produção destes bens seja o trabalho, simplificação feita para que o modelo pudesse ser tratável analiticamente e para que pudessem ser obtidas soluções fechadas para as variáveis de equilíbrio. Buscando-se amplificar os efeitos da política de juros no setor real da economia, seguindo Christiano & Eichenbaum (1995) e Kanczuk (2000), introduziu-se uma restrição do tipo cash in advance para os insumos utilizados na produção, ou seja, as firmas devem possuir quantidade de moeda o suficiente para o pagamento do fator trabalho usado na produção. Diferentemente da maior parte dos modelos da literatura, o modelo aqui apresentado é tratável analiticamente, permitindo obter formas fechadas para as variáveis de equilíbrio. Esta propriedade do modelo permite verificar explicitamente o mecanismo de transmissão de choques monetários, a magnitude dos impactos nas variáveis da economia e como estes são afetados pelos parâmetros do modelo. Neste sentido, a principal diferença com relação ao trabalho de Kanczuk (2000) está nas propriedades analíticas do modelo aqui apresentado, sendo que o objetivo central deste trabalho não é a comparação dos segundos momentos das variáveis da economia artificial com a economia brasileira. Este trabalho contém, além desta, quatro seções. Na segunda é apresentada a estrutura do modelo, enquanto que na terceira define-se e calcula-se o equilíbrio sob preços flexíveis para esta economia artificial e verifica-se como variações na taxa de juros impactam as variáveis de equilíbrio sob preços flexíveis. Na quarta seção, apresenta-se os resultados do exercício de simulação realizado, com as funções respostas ao impulso da economia artificial diante de choques nos juros. A seção 5 apresenta as conclusões do trabalho.