Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Martins, Luís Pompeo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-04012018-165315/
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Resumo: |
Este trabalho apresenta uma visão sobre a conceituação e o desenvolvimento tipológico das vias expressas urbanas durante a primeira metade do século XX. Partindo do entendimento das condições que determinaram a sua invenção para, em seguida, analisar o desenvolvimento técnico dessas infraestruturas nos campos da engenharia e do urbanismo. As promissoras possibilidades que as novas velocidades do automóvel ofereciam no início do século entraram imediatamente em conflito com a estrutura física, histórica e social da cidade tradicional. Para que fosse possível mediar tal embate, seria necessário um novo pacto social do uso da rua que segregasse pessoas e veículos, separando-os entre a calçada e o leito carroçável. É a partir da regulamentação do espaço viário dos centros urbanos - concebida pelos primeiros engenheiros de tráfego, nos Estados Unidos, entre as décadas de 1910 e 1920 - que a rua deixa de ser primordialmente espaço público para se tornar infraestrutura, dedicada ao transporte urbano de pedestres e motoristas. No entanto, a partir da década de 1930, devido ao crescimento dos acidentes de trânsito e dos congestionamentos, tornou-se necessário o desenvolvimento de um novo tipo de infraestrutura, que contemplasse as necessidades do carro, permitindo-lhe trafegar em velocidade com segurança. Era preciso construir um espaço absolutamente segregado, sem nenhum tipo de obstáculo, numa ruptura radical entre suas pistas e o restante da cidade. É dessa forma que surge a via segregada de acesso limitado - a via expressa -, um dos momentos mais contundentes da ideologia rodoviarista no espaço urbano, transformando radicalmente sua estrutura física e social. Ao longo do desenvolvimento da via expressa como tipologia por diversos profissionais, na primeira metade do século XX, sua relação com o espaço urbano é enfrentada de forma dialética. Enquanto algumas propostas negavam a cidade tradicional na sua busca por segregação através de novas formas de urbanismo, outras a enfrentaram, cortando a cidade com suas pistas, tornando os centros urbanos acessíveis ao automóvel. A partir da segunda metade do século XX, a síntese se estabelece. Ambas as formas de relação entre rodovia e cidade - de negação e enfrentamento - prosperam, tornando-se parte da realidade inexorável de uma nova condição urbana. Por fim, em contrapartida, a via expressa é analisada de forma abstrata, através da leitura de aspectos culturais, do conceito de \"progresso\" como um mito contemporâneo, bem como as noções de \"lugar\" e \"não-lugar\", à luz das condições impostas pela modernidade do capitalismo pós-industrial. |