Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Martins, Alexandre Nogueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19022021-174812/
|
Resumo: |
Esta dissertação apresenta os caminhos das lutas em torno da criminalização da LGBTfobia no Brasil entre 1980 e 2019. Com o objetivo de compreender se e em que medida a emergência das lutas pela criminalização da LGBTfobia se vincularia a um giro punitivo neoliberal na relação do ativismo LGBT com o cistema penal, constrói-se uma genealogia da emergência da LGBTfobia como questão de crime e das disputas em jogo à luz dos processos históricos de democratização, neoliberalização e expansão da justiça criminal. Por meio de uma análise sociológica de discursos, analisam-se tanto documentos do movimento LGBT brasileiro, projetos de lei e ações judiciais quanto entrevistas semiestruturadas realizadas com ativistas LGBTs. Argumenta-se que, embora nos anos 1980 a criminalização emergisse como tática, em meados dos anos 2000, as lutas anti-LGBTfobia hegemônicas foram reenquadradas em quadros de crime e passaram a ser construídas como necessária, porém não exclusivamente, criminalizantes. As lutas pela criminalização, enquanto uma forma de mobilização do governo pelo crime \"desde baixo\" dentro do processo de redemocratização e neoliberalização da sociedade brasileira, foram produzidas dentro de um complexo jogo de táticas e discursos mobilizados por ativistas que teve como efeito o enraizamento de uma \"racionalidade criminalizante\" nos ativismos hegemônicos. Apresenta-se que, nesse processo histórico, estratégias anticriminalizantes e/ou anticarcerárias de combate à LGBTfobia se articularam e se contrapuseram de diferentes formas ao estatuto hegemonicamente conferido à estratégia de criminalização, tendo se configurado um continuum carcerário-abolicionista de múltiplas e ambivalentes formas de engajamento e recusa das racionalidades neoliberal e criminalizante nos caminhos de combate à LGBTfobia no Brasil. |