Vicissitudes da LGBTfobia: um estudo sobre a situação de rua e o abandono de pessoas LGBT na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Coelho, Gilson Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234947
Resumo: Nesta tese, investiguei os efeitos produzidos a partir da combinação entre estar em Situação de Rua e a LGBTfobia, em 14 participantes que vivem na cidade de São Paulo e frequentam os Centros de Convivência para População Adulta em Situação de Rua do município. O estudo contou com o uso de entrevistas semiestruturais e, seu conteúdo, analisado em profundidade através do aparato dado pela Análise do Discurso de Corrente Francesa. O estudo aponta, que a LGBTfobia em graus distintos, contribuiu para que os (as) participantes fossem submetidos (as) a um processo cíclico de ruptura e abandono ao longo da vida, que em articulação com os marcadores sociais de gênero, sexo, classe, raça e classe e fenômenos circunstanciais diversos, acabaram chegando a essa condição de extrema vulnerabilidade, conceito discutido ao longo do estudo como decorrente da precariedade existencial, produzida e intencionalmente articulada em torno dos dispositivos que alimentam as desigualdades sociais colocadas como naturais no sistema capitalista, suprimindo dessas pessoas o acesso a cidadania. Além disso, o estudo denuncia a inexistência de políticas públicas específicas voltadas a atender as necessidades desse grupo populacional e violações cotidianas direcionadas a ele e, por isso, sugiro que essa realidade desoladora seja melhor conhecida pela perspectiva dos estudos interseccionais e sirvam de substrato para a produção de políticas públicas específicas e com isso, possa subsidiar de modo eficiente modos mais humanizados de atender as demandas singulares, ou ainda, produzir um corpo teórico consistente que seja capaz de possibilitar modos mais eficientes de intervir no ciclo de violações, que tem levado essa população a uma condição quase crônica de abandonos simultâneos.