Impacto de atorvastatina nos tecidos musculares de pacientes com dermatomiosite e síndrome antissintetase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Borges, Isabela Bruna Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28022024-150613/
Resumo: Introdução: Estudos recentes têm mostrado que o uso de estatinas é seguro do ponto de vista clínico e laboratorial em pacientes com dislipidemia e com miopatias autoimunes sistêmicas (por exemplo: dermatomiosite - DM, e síndrome antissintetase - SAS). Entretanto, não sabemos o eventual impacto das estatinas nos tecidos musculares desses pacientes, assim como da expressão de genes envolvidos nas vias mitocondrial, oxidativa, insulínica, lipídica e de fibrogênese nesses tecidos musculares, o que nos motivou a realizar o presente estudo. Métodos: Trata-se do complemento de um estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, no qual foram analisadas amostras de tecidos musculares de pacientes com dislipidemia e com DM ou SAS: seis pacientes com DM e cinco com SAS receberam atorvastatina (20mg/dia) e dois pacientes com DM e três com SAS receberam placebo (grupo controle) por um período de 12 semanas. A análise do transcriptoma (RNA-seq) foi realizada em amostras do músculo vasto lateral, obtidas no início e após 12 semanas de intervenção medicamentosa de todos os pacientes. Os resultados foram analisados considerando-se uma alteração de expressão (aumento ou diminuição) após tratamento (atorvastatina ou placebo) comparada com controle pré-intervenção entre 0,4 e -0,4 (na escala log2) e com valor de P<0,05. Nas análises histológicas e histoquímicas foram realizados cortes transversais de tecidos musculares congelados e utilizadas colorações específicas para avaliação de características morfológicas e funcionais das fibras musculares, presença de infiltrado inflamatório, fibrose intersticial e conteúdos lipídicos. A análise de major histocompatibility complex (MHC) I foi realizada por imuno-histoquímica. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 46,1 e 47,5 anos em DM e SAS, respectivamente, sendo a maioria do sexo feminino. Todos os pacientes estavam estáveis de acordo com os escores de International Myositis Assessment & Clinical Studies Group (IMACS). Em ambos os grupos (atorvastatina e placebo) não houve alterações significativas de genes relacionados às vias analisadas. Do ponto de vista histológico, foi observada leve variabilidade do tamanho das fibras que foi preservada após a intervenção. Além disso, houve a preservação do mosaico das fibras musculares dos tipos I e II, da arquitetura interna das fibras e das regiões endomisial, perimisial e perivascular. Não foram observadas necrose ou atrofia das fibras, falhas focais ou acúmulo subsarcolemais, lipídico, áreas de fibrose, alterações de atividades mitocondriais. Todas as fibras musculares apresentavam marcação para MHC I. Conclusões: A atorvastatina não promoveu alterações da expressão de genes relacionados às vias mitocondriais, oxidativas, insulínica, lipídica e de fibrogênese de tecidos musculares de pacientes com DM e SAS. Além disso, o uso de atorvastatina não promoveu alterações histológicas e histoquímicas dos tecidos musculares