Protocolo de prevenção de nefrotoxicidade em pacientes com tumores de cabeça e pescoço submetidos à quimioterapia baseada em platina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Furtado, Anne Caroline Teixeira Cavalcanti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17156/tde-16012025-150133/
Resumo: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é uma das neoplasias mais prevalentes globalmente, representando uma parcela significativa da morbidade e mortalidade causada pelo câncer. Foi o 7º mais comum em todo o mundo em 2020, sendo responsável por mais de 660.000 novos casos e 325.000 mortes, anualmente. O tratamento curativo deve considerar a realização de ressecção cirúrgica com margens livres, porém em casos que a cirurgia não é viável, devido à extensão tumoral ou risco de danos funcionais significativos, a combinação de quimioterapia, com destaque para a cisplatina em alta dose, e radioterapia, tornou-se o padrão de cuidado. Contudo, o uso da cisplatina não é isento de complicações, sendo a toxicidade renal uma das mais preocupantes. Estudos relatam que 25 a 35% dos pacientes submetidos a uma única dose de cisplatina desenvolvem toxicidade renal, com potenciais impactos negativos na qualidade de vida e nos desfechos clínicos. Considerando o alto potencial nefrotóxico da droga e a inexistência de modelos de prevenção de nefrotoxicidade induzida por cisplatina, este estudo se propôs a desenvolver um protocolo de prevenção de nefrotoxicidade direcionado especificamente para pacientes com CCP em tratamento com cisplatina. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma coleta retrospectiva de dados clínicos e laboratoriais de 40 pacientes, além de uma revisão detalhada da literatura sobre os fatores de risco e medidas preventivas para a nefrotoxicidade. Os resultados revelaram a presença de qualquer aumento de creatinina em 85% dos pacientes, classificada como lesão renal aguda (LRA) em 33% dos casos. Embora esse dano não tenha se traduzido em uma redução estatisticamente significativa na sobrevida livre de progressão, destacou-se a importância da prevenção para reduzir danos renais e melhorar os resultados oncológicos. Além disso, entre os pacientes que evoluíram para o óbito, observou-se uma queda acima de 50% no Clearance de creatinina basal, possivelmente contribuindo para o desfecho desfavorável. Portanto, enfatiza-se a importância da prevenção da nefrotoxicidade visando reduzir os danos renais e melhorar a sobrevida desses pacientes. O estudo desenvolveu um protocolo baseado em riscos e ações antes, durante e após o tratamento, com o objetivo de mitigar a toxicidade renal induzida pela cisplatina. Assim, espera-se que os resultados desse trabalho promovam um melhor cuidado dos pacientes com CP no HC-FMRP-USP.