Avaliação da eficácia e de toxicidades da cisplatina radiossensibilizante de alta dose em pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço irressecáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guimarães, Matheus de Aquino Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17154/tde-09042021-094846/
Resumo: Introdução: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é um grupo heterogêneo de neoplasias que pode apresentar prognóstico ruim quando diagnosticado em fases avançadas. O tratamento otimizado para lesões localmente avançadas e irressecáveis se baseia em radioterapia associada a quimioterapia (cisplatina 100mg/m²), entretanto, às custas de alto índice de toxicidade. Os ensaios clinicos randomizados que consolidaram este tratamento possuem critérios de inclusão estritos e que limitam sua validade à população diagnosticada com esta patologia na prática clínica diária, que habitualmente apresenta déficit nutricional, performance status comprometido e baixo suporte clínico-social. Objetivos: Trata-se de um estudo retrospectivo, que tem por finalidade avaliar se o tratamento definitivo com quimioradioterapia considerado padrão para doença localmente avançada (estadio III - IV irressecáveis) apresenta efetividade em nossa população, com destaque para os desfechos de taxa de resposta objetiva (TRO) sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG), toxicidades e analise das relações neutrófilo/linfócito e plaqueta/linfocito. Resultados: 52 pacientes preencheram os critérios de inclusão no estudo, os quais foram diagnosticados no período de 2012 a 2018. A TRO foi de 84,6%, com 50% destes apresentando resposta completa. A SLP e SG medianas foram de 35,3 (IC 95% 27,28 - 43,78) e 52 meses (IC 95% 41,32 - 62,8), respectivamente. A avaliação de toxicidades revelou eventos adversos em todos os pacientes, com 69,2% sendo grau 3 - 4. Realização de &ge;2 ciclos de cisplatina (HR 3,57 [1,25 - 10,25] - p < 0,001), toxicidades grau 3 - 4 (HR 0,27 [0,09 - 0,8] - p 0,02) e escala de comorbidade de charlson (ECC) (HR 3,23 [1,26 - 8,29] - p < 0,001)se associaram ao desfecho de sobrevida. No quesito toxicidades, as variáveis de laserterapia profilática (HR 0,48 [IC 95% 0,27 - 0,86], p 0,001), relação plaqueta/linfócito (HR 0,82 [IC 0,74 - 0,92], p <0,01) e IMC (HR 0,27 [IC 95% 0,09 - 0,76], p 0,01) apresentaram significância em análise ajustada. Conclusão: O tratamento se mostrou efetivo em nossa amostra, com dados de SLP e SG próximos do estimado por outros estudos maiores, demonstrando um menor índice de toxicidades comparado à literatura; &ge;2 ciclos de cisplatina, toxicidades 3 - 4 e ECC se correlacionaram com SG, enquanto laserterapia profilática, relação plaqueta/linfócito e IMC foram associadas a toxicidades grau 3 - 4.