A literatura brasileira em nheengatu: uma construção de narrativas no século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Campoi, Juliana Flávia de Assis Lorenção
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-06112015-154228/
Resumo: Os estudos que registram a Amazônia na passagem dos séculos XIX-XX representam um significativo material documental linguístico-antropológico, por sua motivação de registrar os costumes e os valores dos povos indígenas por meio da construção literária, nesta Língua Geral ou Nheengatu, à época deixando de ser a mais falada na região. Carregados de informações científicas, de espaço e de memória, esses textos influenciaram a partir de uma literatura de informação a construção de uma literatura nacional, que corroborou na constituição de uma intencional identidade brasileira. Literatura esta que amplia o universo dos ideais românticos e contribui para o entendimento de um processo de contato de forças e culturas diversas. Busca-se, assim, tratar esse registro documental a partir de questionamentos e comparações acerca do percurso e presentificação da memória, individual e coletiva, dessas sociedades indígenas, por meio dos mitos e narrativas com os ritos e toda sua simbologia do passado integrada à do presente que remetem tanto a diferentes esferas da verdade quanto a diversas concepções de tempo-espaço, e quanto à própria formação da identidade. As narrativas aqui representam esse ciclo em que rupturas e reconfigurações são interpretadas como a formação de uma nova humanidade, porém sem a descontinuidade da ancestralidade a partir da memória. Buscamos traçar um pouco de uma ruptura, a chegada da civilização e suas consequências, a povos milenares por meio de um arcabouço literário construído por intermediários, ou seja, autores que concretizaram a passagem de uma tradição, baseados quase completamente em fontes anteriores, produzindo pesquisas contemporâneas, manuais, dicionários que apresentavam informações dos saberes e cultura dos povos amazônicos.