Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Maria José Saenz Surita Pires de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16082016-152002/
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Resumo: |
Influente político, autor de diversos livros e industrial de sucesso, o general José Vieira Couto de Magalhães (1837-1898) foi um dos raros homens de seu tempo que deixou registradas preciosas informações cotidianas quanto aos medicamentos e cuidados com seu próprio corpo na busca por reestabelecer a saúde. Suas anotações pessoais corresponderam a dois momentos distintos de sua vida. Primeiro ao início da década de 1880, quando vivia sempre muito incomodado pela frequente dificuldade de digestão. Nessa fase, Couto demonstrou estar mais interessado em se medicar a partir da leitura de compêndios de medicina. Posteriormente, entre os anos 1887-1890, o general escreveu um caderno de anotações onde redigiu breves referências sobre o diagnóstico de sífilis dado a ele por dois médicos que estiveram em sua casa, quando tinha 52 anos e era presidente da Província de São Paulo. Doença incurável e fortemente atrelada à moral, a sífilis era então associada à prostituição e considerada uma das causas da degeneração da prole. Bastante debilitado quando estava no estágio terciário da sífilis, o general se consultou com os melhores médicos do Brasil e também da França, onde esteve por duas vezes a tratamento. Na tentativa de compreender qual teria sido o sentido desse diagnóstico para um homem de alta projeção social, eu me deparo nesse trabalho com algumas questões caras para a época. Uma delas diz respeito à vida nem sempre fácil e muito menos prestigiada dos médicos os mesmos que por muito tempo foram analisados a partir de um enfoque predominantemente foucaultiano como sendo detentores de um poder disciplinar sobre a sociedade. Para trabalhar com a história de vida e as anotações do general Couto de Magalhães e, acima de tudo, com os silêncios contidos em seus escritos, procuro cruzar informações dos diários com alguns periódicos, teses e livros de medicina da época. |