Constituintes da casca externa de plantas do cerrado e suas atividades biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Laura Rocha de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-23032023-182232/
Resumo: A casca é uma estrutura heterogênea de plantas lenhosas, que inclui tecidos envolvidos na proteção e revestimento da planta (periderme) ou condução de fotossintatos (floema), sendo composta por polissacarídeos, polímeros fenólicos, poliésteres e extrativos. A camada mais externa é geralmente formada por uma ou mais peridermes. Essa estrutura desempenha importante papel ecológico (como proteção contra queimadas) e seus extrativos podem apresentar uma série de atividades biológicas. No cerrado, é comum o espessamento da casca. Dentre as espécies do cerrado utilizadas na medicina popular estão Leptolobium elegans Vogel, Copaifera langsdorffii Desf., Erythroxylum suberosum A. St.-Hil, e Salvertia convallariodora A. St.-Hil. Este trabalho propõe a avaliação das atividades antioxidante, anti-acetilcolinesterásica (AChE) e antimicrobiana de extrações de casca externa de diferentes espécimes das quatro espécies do cerrado citadas. As extrações foram feitas por maceração com os solventes n-hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol. A avaliação do potencial antioxidante foi feita pelos métodos de sequestro do radical DPPH e ORAC (capacidade de absorção de radicais oxigenados). A atividade anti-AChE foi avaliada pela metodologia de Ellman. A atividade antimicrobiana foi medida a partir da concentração mínima de extrato necessária para que ocorra, visivelmente, a inibição do crescimento (CIM) de Bacillus subtilis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. Os extratos polares tiveram doseado seu conteúdo de fenóis totais por Folin-Ciocalteu e de taninos pelas metodologias com PVPP, BSA e vanilina-HCl. A composição química dos extratos apolares foi estudada por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas (CG-EM). C. langsdorffii apresentou o maior potencial antioxidante em ambas as metodologias testadas, semelhante ao do padrão, e foi a única com fração (obtida por cromatografia em camada delgada preparativa guiada por DPPH) com atividade anti-AChE. C. langsdorffii e L. elegans tiveram alto conteúdo fenólico e de taninos, a segunda também com alta capacidade de sequestro de DPPH. Ambas as espécies tiveram atividade antibacteriana satisfatória. S. convallariodora foi mais ativa no ensaio ORAC. Erythroxylum teve boa eficácia contra as bactérias testadas. O perfil de substâncias lipofílicas da casca externa foi característico de cada espécie. As principais classes de compostos foram os ácidos graxos, triterpenos, esteroides e, em S. covallariodora, também álcoois e ésteres graxos. Os extratos de DCM de C. langsdorffii, L. elegans e E. suberosum apresentaram alto conteúdo triterpênico; com presença marcante do ácido betulínico nas primeiras, e ácido ursólico na terceira.