Relações entre estrutura, química e densidade da casca com sua função em caules e raízes de espécies do cerrado paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vergílio, Paula Cristina Benetton [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181310
Resumo: A casca é um sistema biológico complexo que desempenha diversas funções na planta, incluindo condução de fotoassimilados, suporte mecânico, armazenamento de substâncias e proteção contra herbívoros, patógenos e intempéries como o fogo. A casca é composta, principalmente, pelo floema secundário e pela periderme, e reveste tanto caules quanto raízes. O caule está exposto à atmosfera e tem funções de elevação e suporte da planta, enquanto a raiz está exposta ao solo e tem funções de fixar a planta ao solo, armazenar substâncias e absorver e conduzir água e nutrientes. Contudo, pouco se sabe se as diferentes funções de caules e raízes indicam diferentes funções na casca de cada órgão. Neste trabalho, comparamos a casca de caules e raízes de 15 espécies representativas do cerrado paulista e testamos se a casca do caule apresentaria funções de suporte e proteção, enquanto a casca da raiz apresentaria função de armazenamento de substâncias. Também testamos se encontraríamos maior eficiência na condução de fotoassimilados na casca da raiz. Para tanto, selecionamos 15 espécies de árvores e arbustos do cerrado sensu stricto e amostramos a casca do caule e da raiz. Analisamos a estrutura (espessura e anatomia), a densidade e a química (água, açúcares solúveis, amido, nitrogênio, fósforo e carbono) e relacionamos com as funções da casca em cada órgão. Na casca do caule, encontramos maior espessura da periderme, devido ao felema mais largo com células maiores e mais espessas, e menor densidade da periderme, indicando que a casca do caule tem função de proteção contra herbívoros, patógenos e fogo. Na casca da raiz, encontramos maior espessura relativa do floema secundário e maior quantidade de açúcares solúveis, indicando que a casca da raiz possui função de armazenamento de carboidratos não-estruturais, uma estratégia importante para sobrevivência da planta no cerrado. Contudo, não encontramos evidências que apoiem nossas expectativas de função de suporte na casca do caule ou maior eficiência na condução de fotoassimilados na casca da raiz. Portanto, a casca das plantas do cerrado paulista não apresenta todas as funções desempenhadas pelo caule ou pela raiz, mas participa das funções mais importantes relacionadas à sobrevivência da planta no cerrado, como proteção contra o fogo na casca do caule e armazenamento de carboidratos não-estruturais na casca da raiz.