O impacto de uma unidade de acidente vascular cerebral em um hospital universitário brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Franciscatto, Luisa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-05062020-085022/
Resumo: Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. Diversos estudos sugerem que a internação em unidades de AVC (UAVC) é uma das intervenções mais poderosas, reduzindo mortalidade, institucionalização, recorrência de eventos e dependência. A magnitude do seu impacto clínico, no entanto, ainda foi pouco explorada no sistema único de saúde (SUS). Objetivos: avaliar o impacto de uma UAVC integral na melhoria dos indicadores assistenciais do atendimento ao paciente com AVC em um hospital terciário do SUS. Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de um banco de dados prospectivo de pacientes com AVC atendidos na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto entre 2015 e 2016 (pré-UAVC) e entre 2017 e 2018 (pósUAVC). Resultados: No total foram 1.138 pacientes com AVC, sendo 533 (46,8%) admitidos no período pré-UAVC. A idade média foi de 65 (±14) anos, com 54% do sexo masculino. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto aos dados demográficos, fatores de risco, tipo e gravidade do AVC. Com a implantação da UAVC houve um aumento das taxas de trombólise (24% para 29%, p=0,02) e de trombectomia mecânica (9% para 13%, p=0,02), além de redução das taxas de mortalidade intra-hospitalar (21% para 12%, p<0,001), de infecções (35% para 27%, p=0,003), intubações orotraqueais (30% para 21%, p=0,001), uso de sonda vesical de demora (48% para 23%, p<0,001), recorrência intra-hospitalar de AVC (7,5% para 2,5%, p<0,001) e dependência na alta hospitalar (mediana da escala de Rankin modificada [ERm] de 4 para 2, p<0,001) e em 90 dias (mediana da ERm de 3 para 2, p<0,001). Na análise multivariada, a UAVC foi um preditor negativo de mortalidade (OR: 0,53; IC95%: 0,32-0,88; p=0,0014) após ajuste para fatores de confusão. Conclusões: A instalação de uma UAVC em um serviço terciário acadêmico se associa com melhoria significativa dos indicadores assistenciais, sobretudo na redução da taxa de mortalidade dos pacientes com AVC.