Prevalência de anemia em idosos, causas de persistência ou recorrência e sua relação com demência: resultados do São Paulo Ageing and Health Study

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Itamar de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5159/tde-05022010-164250/
Resumo: Anemia é doença freqüente e sua prevalência aumenta com a idade. Sua relação com demência vem sendo estudada nas últimas décadas, com resultados conflitantes. Este trabalho tem por objetivos (a) Estimar, de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, a prevalência de anemia em amostra populacional de idosos do distrito do Butantã; (b) Verificar se anemia evolui como doença persistente ou recorrente nessa população e quais etiologias são as determinantes mais freqüentes dessa evolução; e (c) Avaliar se existe associação entre anemia e demência nessa amostra. Foram avaliados os 1.948 participantes do São Paulo Ageing & Health Study (braço brasileiro do 10/66 Dementia Research Group) submetidos à avaliação de demência e coleta de hemograma. Encontrou-se anemia em 203 (10,4%) indivíduos. 777 participantes (39,9%) com níveis de hemoglobina no início do estudo 13,5g/dl foram convidados a uma etapa de reavaliação, ocorrida, em mediana, 25,9 meses (intervalo interquartil: 25,1-30,9 meses) após a entrada no estudo. Essa etapa consistiu em uma entrevista estruturada, exame clínico e realização de exames laboratoriais para determinar a presença e causa de anemia. Foram realizados hemograma completo, contagem de reticulócitos, índice de segmentação neutrofílica, dosagens séricas de ácido fólico, vitamina B12, proteína C-reativa, uréia, creatinina, ferro, capacidade total de ligação de ferro, ferritina e saturação de transferrina. Para análise, os participantes dessa fase foram divididos em dois grupos: (1) participantes com anemia no início do estudo (n=203) e (2) participantes com hemoglobina 13,5 g/dl, porém sem anemia no início do estudo (n=574). No grupo 1, 145 (71,4%) participantes completaram o seguimento. 40 (27,6%) estavam vivos e sem anemia; 57 (39,3%) tinham anemia persistente/recorrente e 48 (33,1%) faleceram antes da reavaliação, principalmente por causas cardiovasculares ou neoplásicas. As causas mais freqüentes de anemia persistente/recorrente foram doença renal (62%), inflamação crônica (35%), megaloblástica (18%), ferropriva (11%), outras (5%) e inexplicada (12%). No grupo 2, 341 (59,4%) completaram o seguimento. Anemia foi incidente em 34 (10,0%) indivíduos. As causas mais comuns foram doença renal (35%), inflamação crônica (29%), ferropriva (15%), megaloblástica (12%), outras (6%) e inexplicadas (26%). Demência foi diagnosticada em 99 (5,1%) dos 1.948 participantes com hemograma válido. A análise univariada mostrou relação positiva entre anemia e demência (razão de chances=2,0; intervalo de 95% de confiança=1,17-3,41). Entretanto, após ajuste para idade essa diferença evanesceu (razão de chances=1,33; intervalo de 95% de confiança=0,76-2,33). Não houve mudança do resultado após ajuste para variáveis conhecidas. Não se encontrou tampouco associação entre anemia e os subtipos de demência doença de Alzheimer, demência vascular e outros tipos de demência.