Pensar e agir na inclusão escolar de crianças com necessidades educacionais especiais decorrentes de uma deficiência, a partir de referenciais freirianos: rupturas e mutações culturais na escola brasileira.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Marques, Suely Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05102007-142916/
Resumo: A presente tese, efetuada em co-tutela entre a Universidade de São Paulo e a Universidade Lumière Lyon2, na França, tem como objetivo demonstrar como, e até que ponto, Paulo Freire constitui um referencial teórico e prático para a inclusão escolar de crianças com necessidades educacionais especiais decorrentes de uma deficiência. A educação especial no Brasil, é apresentada desde suas raíses históricas até a atualidade efetuando-se uma análise da evolução dos termos à ela relacionados. O pensamento freiriano é analisado à luz dos fundamentos da educação inclusiva sob três enfoques: filosófico, antropo-sociológico e pedagógico. O locus da pesquisa são duas escolas populares de educação básica, localizadas no município de Chapecó, em Santa Catarina, acolhendo crianças com deficiência intelectual e surdas. Ali foram entrevistados 51 atores educacionais: alunos, professores, profissionais externos às escolas, coordenador pedagógico, diretores de escola e secretários da educação do município, seguindo a metodologia da entrevista compreensiva e semi-diretiva. Para o tratamento das respostas utilizou-se a análise temática segundo Laurence Bardin. As análises mostram que a noção de \'escola popular\', tal como a concebia Paulo Freire, traça as rupturas necessárias para a passagem de práticas pedagógicas \'excludentes\' à práticas abertas à diversidade, em praticular para as crianças atingidas por uma deficiência. As escolas estudadas valorizam a diversidade e respeitam a singularidade de cada aluno, na teoria como na prática, lutando contra a exclusão. A participação e a autonomia dos alunos são estimuladas assim como a colaboração entre os professores que trabalham de forma interdisciplinar através dos temas geradores. A colaboração entre pais e escola bem como a avaliação dialógica ainda estão em vias de efetivação porém a pesquisa demonstra que as escolas populares, fundamentadas na teoria e prática de Paulo Freire podem ser consideradas inclusivas sob diversos aspectos. Mudanças radicais foram efetuadas nestas escolas com relação às suas idéias, sua organização e prática pedagógica partindo do pensamento freiriano.