Eficácia e segurança da ablação por cateter de vias acessórias para-hissianas: estudo randomizado comparativo entre crioablação e radiofrequência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sousa, Ítalo Bruno dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-05022024-155106/
Resumo: Fundamentação: A ablação percutânea permanece como estratégia de escolha para tratamento definitivo de vias acessórias de condução atrioventricular, contudo a depender da localização a taxa de sucesso e de complicações podem variar. As vias acessórias para-hissianas (VAPH) encontram-se perto do sistema nativo de condução, em particular proximidade ao feixe de His, e por isso há risco aqui de bloqueio atrioventricular total (BAVT) durante ablação. Existem atualmente duas modalidades de energia que podem ser utilizadas neste cenário, crioterapia e radiofrequência, porém até o momento não há estudos comparativos prospectivos e randomizados entre as duas modalidades. Objetivo: Avaliar o perfil de segurança e eficácia da ablação percutânea de VAPH, comparando os resultados obtidos com uso das duas modalidades de fonte de energia existentes na literatura: crioterapia (CRIO) e radiofrequência (RF). Métodos: estudo piloto prospectivo intervencionista, randomizado 1:1, não-cego, unicêntrico. Foram incluídos pacientes portadores de VAPH confirmados por estudo eletrofisiológico (EEF) com indicação de ablação conforme diretrizes vigentes. Resultados: Entre outubro/2018 e fevereiro/2020 foram randomizados 30 pacientes, 90% do sexo masculino e com idade média de 25 anos. A taxa de sucesso inicial foi igual entre os grupos RF e CRIO (93% vs. 87%, p=0,54), bem como taxa de recorrência (14% vs. 30%, p=0,3) e trauma mecânico da via (6% vs. 20%, p=0,28). Houve 2 casos de BAVT transitório no grupo CRIO, nos quais a amplitude do sinal do feixe de His era significativamente maior do que naqueles em que não houve a complicação (0,8 + 0,07mV vs. 0,35 + 0,17mV, p=0,004). A taxa de recorrência foi semelhante entre os grupos, bem como sobrevida livre de eventos em um ano de seguimento (Log-Rank p=0,286 para múltiplos procedimentos), com média de 1,2 procedimentos por paciente. Não houve surgimento de BAVT ou distúrbio de condução persistente em ambos os grupos. Acréscimo de monitor de eventos ao exame clínico munido de eletrocardiograma de repouso não identificou casos adicionais de recorrência. Conclusão: respeitando-se as limitações de tamanho da amostra e de incidência de eventos, a ablação percutânea de vias acessórias para-hissianas foi realizada com segurança e taxas de sucesso aceitáveis. Não foram identificados casos de BAVT persistente em ambos os grupos. O presente estudo gera a hipótese de equivalência entre as modalidades de energia, desde que empregadas em centro de expertise, e abre portas para ensaios de maior número amostral