Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Amarante, Ricardo Carneiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-24072020-151438/
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Resumo: |
Introdução: A fibrilação atrial é a taquiarritmia sustentada mais comum na prática clínica. Acomete cerca de 1% da população e aumenta sua prevalência com o avançar da idade, chegando a 12% das pessoas entre 75 e 84 anos. Aumenta a incidência de acidente vascular cerebral em cinco vezes e tipicamente estes eventos são mais graves que aqueles causados por outras etiologias. Está, também, associada ao aumento da incidência de insuficiência cardíaca, demência e mortalidade. Desta forma, grandes esforços são realizados há vários anos com o intuito de desenvolver métodos terapêuticos mais seguros e eficazes para esta patologia. Neste sentido, a ablação da fibrilação atrial (AFA) com cateter por radiofrequência vem se firmando como a opção mais eficaz para o tratamento definitivo desta arritmia. Entretanto, a aplicação da radiofrequência no antro das veias pulmonares e na parede posterior do átrio esquerdo pode gerar o aquecimento da parede esofágica e causar lesões térmicas extremamente graves e com alta mortalidade. A fisiopatologia destas lesões é baseada no aquecimento que ocorre das camadas mais externas para as mais internas, por vezes, suficientes para comprometer a irrigação vascular e os plexos vagais causando isquemia e alterações da motilidade esofágica. Nos casos mais graves podem ocorrer necrose, perfuração, mediastinite e fístula atrioesofágica. Estas lesões podem ser do tipo \"detectáveis\" através da endoscopia digestiva alta (erosões, úlceras e fístulas), quando acometem a mucosa, ou do tipo \"não-detectáveis\" (lesão do sistema vascular, dos plexos nervosos e da túnica muscular). Neste último caso, lesões recentes que ainda não progrediram até a mucosa ou lesões que podem se estabilizar nos planos mais externos da parede esofágica, ainda assim, com potencial de trazer sérias consequências, como a dismotilidade esofágica e gastroparesia. Casuística e Método: Neste trabalho estudamos 55 pacientes (29% do sexo feminino) submetidos a ablação de FA (AFA) por cateter de RF (80% paroxística, 20% persistente) com monitoração da temperatura intraluminal do esofágica (TIE). Foi considerado sucesso aumentos relativos na TIE <0,5oC ou na temperatura absoluta <38,5oC, com e sem deslocamento mecânico do esôfago (DM) realizado com o transdutor do ecocardiograma intra-esofágico. Resultados: Foi possível realizar a AFA sem DM e sem aquecimento >=0,5oC, em somente 8/55 (15%) dos casos. Em 47/55 (85%) houve aquecimento, sendo necessário o DM. Em 41/47 (87%) o DM foi capaz de evitar aumento da TIE >=0,5oC, porém, em 100% dos casos o DM foi capaz de prevenir aumento absoluto da TIE >=38,5 oC. Não ocorreram complicações térmicas. Conclusão: O DM mostrou-se seguro e altamente eficaz para prevenir o aumento de TIE sem aumentar a ocorrência de complicações e sem acrescentar custos à AFA. |