Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Shinzato, Mariane Higa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-26062023-151733/
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Resumo: |
Introdução: A miocardiopatia hipertrófica obstrutiva (MCHO) é uma doença genética autossômica dominante com prevalência de 1 a cada 1500 indivíduos. A indicação de tratamento invasivo para redução do gradiente intraventricular ocorre nos pacientes refratários ao tratamento clínico com gradiente 50 mmHg. A ablação por radiofrequência (ARF) é atualmente uma das possibilidades de tratamento invasivo. Hipótese: A hipótese inicial era de que a menor espessura septal estaria associada a maior taxa de sucesso do procedimento de ARF, visto que com menor número de aplicações já haveria redução significativa do gradiente em relação aos pacientes com maior espessura septal miocárdica. Métodos: Incluídos 22 pacientes com MCHO. Todos os pacientes apresentavam medida ecocardiográfica do septo interventricular pré procedimento. Verificamos se o valor da espessura do septo pré procedimento se correlaciona com maior chance de sucesso no procedimento de ARF em pacientes com MCHO. O sucesso do procedimento é determinado pela redução de gradientes de via de saída de ventrículo esquerdo (VE), melhora da classe funcional e não necessidade de reintervenções. A avaliação dos gradientes de via de saída de VE foram avaliados no pós procedimento imediato e após 6 meses. Resultados: Idade média de 56,73 anos (± 12,20), 68% do sexo feminino, 73% hipertensos e 23% com miocardiopatia hipertrófica familiar. Observou-se diferença significativa (p-valor obtido pelo teste de Wilcoxon), onde a mediana de 68 mmHg pré procedimento foi maior do que a mediana de 27 mmHg do pós procedimento imediato (p<0,001). Existiu também diferença estatisticamente significativa entre os momentos do gradiente (p<0,001, p-valor obtido pelo teste t de Student) em que a média do maior gradiente pré procedimento foi maior (média=110,5 mmHg) do que a média de 45,7 mmHg do gradiente em 6 meses. Ao todo, 68% dos pacientes declaravam classe funcional de NYHA III, e 23% reportavam classe funcional IV, previamente ao procedimento de ablação. Ao final de 6 meses de seguimento após o procedimento, 77% estavam em classe funcional I, e 9% em classe funcional II. Em relação a variáveis ecocardiográficas, em tendência oposta a hipótese inicial, observou-se que, inicialmente, septos com medianas maiores (18 mm vs 15 mm p <0,05) obtiveram maiores reduções de gradientes, mas essa análise aos 6 meses não se manteve. Não foram identificadas evidências de que as medidas da espessura do septo se alteraram ao longo do tempo. Conclusão: Neste presente estudo, não podemos afirmar que a espessura miocárdica se correlacionou a maiores reduções de gradientes. Até o momento, a Ablação Septal por Radiofrequência é uma técnica que permitiu a redução significativa imediata do gradiente, com melhora clínica sintomática de pacientes com MCHO, sem complicações fatais e resultados mantidos no curto prazo de seguimento. Estudos adicionais, com tempo de seguimento maior são necessários antes de podermos incorporar a Ablação Septal por Radiofrequência em diretrizes. |