Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Verzolla, Beatriz Lopes Porto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-19062017-130339/
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Resumo: |
O presente estudo aborda o tema da eugenia - ciência que pregava a aplicação de práticas de melhoramento e aprimoramento da espécie humana - e suas influências nas pesquisas e práticas médicas no início do século XX. A eugenia consistiu em uma importante estratégia para enfrentamento da diversidade imposta nas cidades, contribuindo para a construção da ordem e civilidade, baseada no progresso e na superioridade moral e física dos indivíduos. Ao defender a reprodução humana controlada para obter uma raça pura, pregava a eliminação dos \"inferiores\" e \"degenerados\" por meio de práticas de saneamento, exclusão social, isolamento compulsório, controle de casamentos e, em alguns casos, esterilização involuntária. A transição dos séculos XIX e XX marcou o período de ascensão do movimento eugenista, onde os médicos ganharam posição de destaque como representantes da ciência, exercendo influência sobre diferentes esferas da sociedade, com o objetivo de sanear o meio e oferecer condições para a elevação da raça. O objetivo deste estudo é investigar a influência da eugenia nos estudos e práticas médicas entre 1920 e 1939, a partir da produção das teses doutorais da antiga Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (atual Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), especificando os elementos relacionados às práticas eugênicas lamarckistas (positivas) e mendelistas (negativas). Para a realização do estudo, foram realizados levantamento e análise de 45 teses doutorais, analisadas sob os referenciais metodológicos pautados no conceito da lógica histórica (Thompson, 1981), do paradigma indiciário (Ginzburg, 1989) e das leituras como representações (Chartier, 1991). A pesquisa encontra subsídios nos estudos em Saúde Coletiva, buscando fornecer elementos no sentido de compreender os princípios do discurso médico-eugênico nas práticas médicas e educacionais do período, contribuindo para a análise de processos de rupturas e permanências históricas nas práticas em saúde. As teses doutorais podem ser consideradas representativas na apresentação das temáticas médico-eugênicas, que estavam presentes, de alguma forma, na estrutura de ensino da faculdade, reforçando a importância atribuída à eugenia no meio científico da época |