Resumo: |
A citricultura está sujeita a distintos desafios, em especial, à ameaça de diversas doenças de alto impacto destrutivo, a exemplo do cancro cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri) (Xcc) e do Greening ou Huanglongbing (HLB) (Candidatus Liberibacter spp.) (CLas). A engenharia genética de plantas cítricas é uma abordagem atraente na busca de materiais superiores, pois pode resultar em um rápido desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças. Dessa forma, plantas de laranja \'Hamlin\' (Citrus sinensis L. Osbeck) previamente transformadas para a superexpressão do gene CDR-1 (constitutive disease resistance protein 1) ou PDF2.2 (pathogenesis-related proteins 12) ou GLT1 (plastidic glucose transporter 1), foram avaliadas para potenciais efeitos de resistência ao cancro cítrico ou ao HLB. Dezessete eventos CDR-1 foram multiplicados a partir de borbulhas de plantas matrizes em porta-enxertos de limão \'Cravo\' (C. limonia Osbeck) e inoculados por aspersão com uma suspensão de Xcc. Nenhum evento transgênico apresentou reduções na incidência e severidade dos sintomas de cancro cítrico em comparação com as plantas não transgênicas (WT1), 35 dias após a inoculação. Entretanto, no primeiro bioensaio, a incidência e a severidade da doença foram maiores em alguns eventos superexpressando o gene CDR-1. Supõe-se que a resposta de hipersensibilidade (HR) que envolve uma necrose rápida de células infectadas e a formação de lesões pode ter sido potencializada pela superexpressão deste gene, e ter contribuído para a colonização de Xcc. Embora nenhum dos eventos CDR-1 ou PDF2.2 tenham apresentado menor incidência ou severidade quando comparados com as plantas não transgênicas, é possível que as menores populações bacterianas, número e área média de lesões, além de maiores teores de H2O2 e clorofila em alguns materiais possam auxiliar no manejo da doença em áreas de exclusão ou erradicação. Em outro experimento, dez eventos superexpressando o gene GLT1 foram inoculados com borbulhas infectadas com CLas, bactéria associada ao HLB. A infecção com CLas acarretou na elevação das concentrações de glicose, frutose e de amido em plantas não transgênicas (WT). Embora nenhum dos eventos GLT1 apresente características de resistência ao HLB quando comparados com as plantas WT, é possível que os menores valores de Cycle threshold (CT) e populações bacterianas, associados também a menores concentrações de açúcares solúveis, bons parâmetros para trocas gasosas e macro e micronutrientes em alguns eventos, possam contribuir para um melhor desenvolvimento das plantas infectadas. |
---|