Rutáceas como potenciais hospedeiras de Diaphorina citri e reservatórios de Candidatus Liberibacter asiaticus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Felisberto, Patrícia Aparecida de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157512
Resumo: Huanglongbing (HLB) é a doença mais devastadora dos citros. Está associada a bactérias de floema disseminadas eficientemente pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto altamente prolífico e com ampla gama de hospedeiros dentre as rutáceas. Diversas espécies desta família ocorrem em matas onde o inseto poderia estar se reproduzindo e reinfestando pomares além de servir como fonte de multiplicação de Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), dificultando o controle do HLB. Nesse sentido foram realizados dois estudos, sendo o primeiro para avaliar a sobrevivência de D. citri em folhas jovens recém-diferenciadas e totalmente expandida e a reprodução de D. citri em brotos em 20 espécies de rutáceas. E o segundo para avaliar a reação dessas espécies após inoculação do patógeno por meio de enxertia de tecidos infectados e uso de adultos infectivos de D. citri. No primeiro, classificou-se as espécies quanto a favorabilidade em reproduzir D. citri em quatro grupos de plantas: Grupo I (altamente favorável ao inseto) incluiu Citrus ×aurantium 'Valência', Citrus limonia, Murraya paniculata (syn. Murraya exotica L.) (Aurantioideae: Aurantieae) e Bergera koenigii (Aurantioideae: Clauseneae). As espécies do Grupo II (de intermédiio a baixa favorabilidade) incluiu Citrus (Poncirus) trifoliata ‘Pomeroy’, Citrus wintersii, Swinglea glutinosa (Aurantieae) e Clausena lansium (Clauseneae). O grupo III (não favorável) incluiu Aegle marmelos, Atalantia buxifolia e Citrus (‘Microcitrus’) sp. (Aurantieae) e Helietta apiculata (Amyridoideae). O grupo IV (não hospedeiro) incluiu Glycosmis pentaphylla (Clauseneae), Balfourodendron riedelianum, Casimiroa edulis, Esenbeckia febrifuga, Esenbeckia leiocarpa, Metrodorea stipularis, Zanthoxylum rhoifolium (Amyridoideae) e Dictyoloma vandellianum (Cneoroideae). Os insetos sobreviveram por mais tempo em folhas jovens recém-diferenciadas do que em folhas totalmente expandidas. No segundo, confirmou-se a suscetibilidade de laranjeira ‘Valência’ em multiplicar CLas. Quando a inoculação foi por enxertia C. trifoliata ‘Pomeroy’ tornou-se mais suscetível à multiplicação da bactéria e a ausência de sintomas não significa que a planta não esteja infectada por CLas. B. koenigii não multiplica CLas e M. paniculata não favorece a multiplicação de CLas tanto quanto os citros. G. pentaphylla não é uma espécie favorável a multiplicação de CLas. Z. rhoifolium, E. febrifuga, E. leiocarpa, M. stipularis, B. riedelianum e D. vandellianum ocorrem quase que exclusivamente em matas brasileiras próximas a áreas de produção comercial de citros e não apresentam risco para aumento da incidência de HLB. Por fim, acredita-se que as principais fontes de inóculo de CLas e D. citri são principalmente pomares de citros abandonados, mal manejados ou ainda plantas de citros existentes em fundos de quintais e chácaras sem manejo. M. paniculata é importante hospedeiro do vetor e portanto quando próximas de citros o problema seria o grande número de psilídeos se movimentando entre as plantas de M. paniculata e citros, infectados e saudáveis.