Translocação de Candidatus Liberibacter asiaticus em citros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Raiol Júnior, Laudecir Lemos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150096
Resumo: Huanglongbing (HLB), causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus (Las) que coloniza o floema das plantas cítricas, é considerada a doença mais grave e destrutiva dos citros. Aspectos da patogenicidade de Las ainda não estão compreendidos, dificultado pela condição não cultivável do patógeno. Entender como Las se movimenta internamente na planta para colonizar os diferentes tecidos é fundamental para o controle do HLB e a busca de materiais com potencial de resistência. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a movimentação de Las em plantas de citros. Nos experimentos plantas de laranjeiras foram inoculadas por enxertia de segmentos de ramos de plantas infectadas de 2 - 3 cm de comprimento. Para estudo da velocidade de movimentação de Las nos vasos do floema, foi utilizado duas metodologias. A primeira envolveu poda sequencial do caule a diferentes distâncias do ponto de inoculação e avaliação de amostras de folhas seis meses após a inoculação. Já na segunda metodologia foi realizado a coleta de amostras de anéis de casca do caule a diferentes distâncias do ponto de inoculação e de raízes fibrosas. Foi avaliado também a influência de novos fluxos de crescimentos na movimentação de Las. Lotes de plantas foram podadas na parte aérea ou no sistema radicular para indução do crescimento. Plantas não podadas foram usadas como controle. Foram amostradas folhas que surgiram na planta após a inoculação, folhas velhas, anel de casca e raízes fibrosas a partir de 15 dias após a inoculação. E para o estudo do padrão de movimentação de Las nas plantas, foram utilizadas plantas aneladas totalmente, parcialmente e não aneladas no caule e inoculadas no topo ou na base do caule para avaliar se Las precisa passar pela raiz para colonizar outros pontos da copa. Os resultados permitiram concluir que a velocidade média necessária para Las atingir a raiz de 95% das plantas, localizada 85 cm abaixo do local de inoculação, foi estimado variando entre 2,9 a 6,9 cm dia-1. Foi observado também que fatores ambientais influenciam a velocidade de movimentação da bactéria na planta. No experimento para avaliar a influência das regiões de crescimento, parte aérea ou sistema radicular, na movimentação de Las, a maior probabilidade de detecção da bactéria foi observada em tecidos das regiões que foram estimulados a crescer através da poda, quando comparados com as plantas não podadas. Com relação aos tecidos amostrados, anéis de casca do caule foram as que apresentaram maiores porcentagens de detecção de Las. Além disso, as plantas em que foram estimulados o crescimento do sistema radicular apresentaram 90% a mais de probabilidade de se encontrar Las nas raízes em relação a amostras de casca do caule ou folhas. Os resultados sugerem que a bactéria precisa passar pela raiz para atingir outros pontos da copa. No entanto, esse fator não foi totalmente esclarecido porque o anelamento das plantas provocou acúmulo de amido e alteração no fluxo da seiva, que pode ter influenciado na movimentação da bactéria.