Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Heliane Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-20102014-112052/
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Resumo: |
Este trabalho objetiva identificar quais os sentidos e significados atribuídos pelos médicos pediatras à Síndrome de Munchhausen por Procuração (SMP), bem como o manejo que a equipe médica tem diante de sua suspeita, e as possibilidades de encaminhamento frente a esse tipo de violência infantil. Para tanto, foi feito um levantamento bibliográfico nas principais bases de dados, referente ao período de 1977 até 2013, e uma pesquisa de campo. Essa consistiu na realização de entrevistas semi-dirigidas com pediatras de um hospital público de São Paulo. As entrevistas foram transcritas, lidas e categorias foram levantadas. Essas categorias foram refletidas à luz da literatura especializada e analisadas sob o vértice de alguns conceitos psicanalíticos que pudessem enriquecer a discussão. A literatura define a SMP, denuncia as características do perpetrador como indícios a serem observados pelo clínico para sua identificação e revela que esse é um quadro pouco conhecido e subnotificado. A pesquisa de campo mostrou que, mesmo para pediatras dedicados e experientes, a SMP revela-se como um enigma: a noção de que uma mãe possa, deliberadamente, fabricar ou provocar sintomas de doença ou deficiência no filho, é algo difícil de aceitar. Nesse sentido, o exercício de dar um sentido e um significado para a SMP foi atravessado pela manifestação dos impactos desse quadro no pediatra: ele se indaga, se surpreende e se angustia com o fenômeno em si. Eles, também, acreditam que o quadro seja subnotificado. Possibilidades interventivas foram evidenciadas por eles: o reconhecimento precoce, o acompanhamento familiar, o encaminhamento da mãe (na maioria das vezes, quem perpetua a violência) para atendimento psicológico e psiquiátrico, e o acionamento do Conselho Tutelar. Contudo, tais profissionais estão certos de que a precocidade na identificação é algo difícil de alcançar, a adesão do perpetrador ao tratamento psicológico não depende exclusivamente de seu encaminhamento e o acionamento dos agentes de proteção à criança nem sempre resolve a questão. Assim, acabam, na maioria das vezes, experimentando um sentimento de impotência diante da ideia construída (idealizada) sobre o que vem a ser o médico e seu exercício clínico. Nesse sentido, considerando as contribuições da psicanálise, o pediatra precisaria relativizar suas certezas, considerar a transferência, sustentar os ecos que esta complexa condição humana pode causar e prestar atenção na relação mãe-criança, para conseguir que o manejo e o encaminhamento fossem mais rápidos e eficientes. Para que nosso entendimento da SMP pudesse ser ampliado, seria de fundamental relevância que a mãe (perpetradora) pudesse ser escutada por um psicanalista, que teria acesso às suas motivações inconscientes. Essas novas pesquisas poderiam trazer um novo saber acerca dessa complexa condição, favorecendo, então, o desenvolvimento de novas possibilidades de intervenção |