Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Volpe, Daniele da Silva Jordan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-17112023-100815/
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Resumo: |
Introdução: O traumatismo crânio-encefálico é a principal causa de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor adquirido na infância. Mesmo quando o tratamento adequado é instituído, ocorre perda neuronal que poderá resultar em prejuízo do desenvolvimento neuropsicológico, comprometimento da qualidade de vida relacionada à saúde das vítimas e impacto negativo na dinâmica de toda família. Objetivos: Avaliar o desfecho neuropsicológico de crianças vítimas de TCE e sua associação com os achados de ressonância magnética de encéfalo, além de quantificar o impacto das sequelas na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) desses pacientes e suas famílias. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo de todas as crianças e adolescentes vítimas de TCE, internadas na Unidade de Emergência do HC-FMRP no período de 1 junho de 2018 a 31 de dezembro de 2019, com idade entre zero e 17 anos no momento do trauma. A gravidade inicial do quadro foi avaliada pela Escala de Coma de Glasgow; a avaliação neurológica pela Glasgow Outcome Scale (GOS) e King\'s Outcome Scale for Childwood Head Injury (KOSCHI), a avaliação neuropsicológica pela Escala Wechsler de Inteligência para Crianças 4ª edição (WISC-IV), a QVRS pelo Pediatric Quality of Life Inventory versão 4.0 (PedsQL 4.0) e foi realizado exame de ressonância magnética. A avaliação neurológica foi feita em dois momentos (aproximadamente 6 meses e 1 ano após o trauma), enquanto a avaliação neuropsicológica e da qualidade de vida e a RNM foram feitas aproximadamente um ano após o trauma. Resultados: Foram incluídas 37 crianças, cuja idade variou de 6 meses a 16 anos (mediana = 11 anos) no momento do trauma. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Boa Recuperação (BR) (n=25; 67,6%) e Sequela (SE) (n=12; 32,4%), segundo a avaliação neurológica pelas Escalas GOS e KOSCHI. Os resultados das avaliações neurológicas foram semelhantes nos dois momentos da avaliação. Os pacientes do grupo SE tiveram menores valores de ECG após estabilização clínica (mediana 11 vs. 15, p=0,0006), maior tempo de internação hospitalar em dias (mediana 13 vs. 3, p = 0,008) e menores valores do quociente de inteligência total (QIT) (mediana 67 vs. 86, p = 0,0002), índice de organização perceptual (IOP) (mediana 75 vs. 92, p = 0,03), índice de compreensão verbal (ICV) (mediana 72 vs. 84,p = 0,02), índice de memória operacional (IMO) (mediana 74 vs.88,p = 0,003) e índice de velocidade de processamento (IVP) (mediana 68 vs.86,p = 0,01). O grupo que teve alterações nas RNM (classe C1) apresentou maior gravidade do TCE após estabilização clínica (mediana 7 vs.15, p = 0,0008), porém, os desempenhos nos índices psicométricos foram semelhantes aos do grupo com RNM normal ou com alterações mínimas (classe C2). A qualidade de vida dos pacientes do grupo SE foi pior que no grupo BR. Conclusões: Aproximadamente um terço das vítimas pediátricas de TCE evoluíram com sequelas neuropsicológicas, com impacto relevante nos índices psicométricos e na qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. As sequelas e as alterações da RNM foram mais frequentes nos pacientes com maior gravidade do trauma. Não houve progressão das alterações neurológicas entre 6 meses e um ano após o trauma. |