Registro de traumatismo cranioencefálico de Ribeirão Preto (ReTER): validação do instrumento Neurological Outcomes Scale for Traumatic Brain Injury (NOS-TBI) e estudo coorte prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Weber, Karina Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11022020-135431/
Resumo: INTRODUÇÃO: Traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das principais causas de morte e incapacidade funcional no Brasil. Entretanto, registros prospectivos em TCE são escassos no país, assim como são limitados os instrumentos validados para avaliação das alterações neurológicas após o TCE. Neste contexto, os objetivos deste estudo foram: realizar a tradução, adaptação cultural e validação do NOS-TBI em pacientes com TCE (parte 1); realizar uma avaliação sistemática e prospectiva dos pacientes com TCE, descrever as características clínicas e demográficas e analisar os fatores preditivos de desfecho funcional após seis meses do TCE (parte 2). MÉTODOS: na primeira parte desta tese realizamos um estudo qualitativo de tradução, adaptação cultural e retrotradução (inglês) e, estudos observacionais de validação e análise das propriedades psicométricas de confiabilidade (consistência interna); validade de critério concorrente (correlação entre NOS-TBI com escalas validadas (Escore de Trauma Revisado (RTS) e a Escala de Coma de Glasgow (ECG)); validade de critério preditiva para analisar o melhor momento que prediz funcionalidade (MIF e NOS-TBI em diferentes momentos); validade convergente para avaliar se NOS-TBI mede o mesmo construto que MIF e a Escala de Resultado de Glasgow Ampliada (GOSE) e confiabilidade entre examinadores para avaliar ao grau de concordância entre a pontuação de dois observadores. Na segunda parte desta tese foi realizadoo um estudo de coorte prospectivo com pacientes admitidos com TCE na Unidade de Emergência do HCFMRP-USP. Estes pacientes foram avaliados durante a internação hospitalar e seguidos por seis meses do TCE para reavaliações clínicas. RESULTADOS: (Parte 1) a versão traduzida e adaptada da escala NOS-TBI mostrou excelente confiabilidade e consistência demonstrada pelo coeficiente Alfa de Cronbach (0,96). A confiabilidade interavaliador foi de 0,73 a 1,0. A validade de critério concorrente apresentou correlações estatisticamente significativas e de forte magnitude entre asescalas ECG e RTS no momento da admissão (r=-0,905, p<0,0001 e r=-0,782, p<0,0001, respectivamente). Avaliações realizadas no momento da alta e aos 30 dias apresentaram maior valor preditivo para funcionalidade. Quanto a validade convergente, verificou-se uma correlação moderada ao comparar o escore total da escala com os escores da MIF e GOSE. (Parte 2) foram incluídos 596 pacientes sendo 80,37% homens, idade média de 40,54±17,37 anos e 75,17% eram economicamente ativos. Quanto a gravidade do TCE, 73,82% foram considerados leve, 6,54% moderado e 19,63% grave. Quanto a causa 56,78% foram decorrentes de acidentes de trânsito e 26,51% de quedas. O consumo de bebida alcoólica foi confirmado em 19,63%. O escore médio de RTS foi de 7,14±1,28 e a letalidade de 12,96%. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: a versão traduzida e adaptada do NOS-TBI mostrou-se válida e confiável para ser aplicada à população brasileira, associandose significativamente a funcionalidade dos pacientes com TCE. Já o perfil dos pacientes com TCE revelou um predomínio de adultos jovens do sexo masculino, vítimas de acidentes trânsito. Desta forma, este estudo forneceu informações relevantes que podem ser utilizadas para o aprimoramento da qualidade da atenção ao paciente com TCE, para o planejamento das ações interdisciplinares e para as estratégias de prevenção e manejo do TCE no Brasil.