Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Martins, Pedro Pablo Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-23052017-090038/
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Resumo: |
A partir da Reforma Psiquiátrica, observamos uma valorização da participação da família no tratamento, buscando por alternativas de atenção a esses familiares nos serviços. Acrescentando ao debate os desafios da aproximação da clínica ao Sistema Único de Saúde, o conceito de clínica ampliada surge, associando a noção de subjetividade à de cidadania e enfatizando a importância de lidar com a singularidade de cada situação concreta como parte de contextos e relações sociais. Em consonância com essas preocupações, existe, em um Hospital-Dia de Psiquiatria, um Programa de Assistência Familiar. Dentre diversas atividades oferecidas nesse programa, as Reuniões Familiares são o contexto específico de estudo desta pesquisa. Essas reuniões são conduzidas a partir de contribuições da terapia familiar de uma orientação construcionista social, que tem como foco os processos de construção e transformação de sentido. A presente pesquisa teve como objetivo analisar a aproximação de uma prática com famílias (as reuniões familiares) à noção de clínica ampliada no cuidado em saúde mental. Especificamente, visou: a) compreender o processo de produção de sentidos nessa prática, analisando a construção de recursos conversacionais na interação, bem como seus efeitos para as transformações de sentidos de problema e de si ao longo do processo; e b) descrever como esses recursos contribuem para a ampliação da prática clínica com famílias. Para isso, 33 reuniões familiares (os atendimentos de três famílias) foram acompanhadas na instituição. Essas sessões foram gravadas em áudio e transcritas integralmente, constituindo-se, assim, o corpus de pesquisa. Uma compreensão construcionista social sobre a prática de pesquisa orienta metodologicamente este trabalho. Todas as sessões foram submetidas a uma análise temático-sequencial do processo de produção de sentidos. A partir disso, descrevemos a negociação e transformação de sentidos em torno de um problema considerado, pelo paciente e pela família, como central em suas vidas. Para cada caso, o principal recurso conversacional construído no processo terapêutico foi analisado e descrito. São eles: a) convidar o social para dentro do individual; b) tecer o diálogo familiar; e c) conhecer a si em outras vozes. A análise de cada caso considerou: como algo foi construído como um problema a ser trabalhado; como o uso do recurso se deu; e que efeitos esse uso produziu no decorrer do caso. Oferecemos como tese uma leitura construcionista social para a clínica ampliada, chamando atenção para como a ampliação da clínica se produz a partir dos efeitos de determinados modos de se relacionar no contexto das práticas. É no momento interativo que profissionais e pacientes, ao conversarem sobre suas questões de saúde, conjuntamente criam entendimentos sobre quem são, o quê são seus problemas e o que podem fazer com relação a eles. Discutimos como o uso dos recursos se constrói nas interações e contribui para a prática da clínica ampliada. Descrevemos essas práticas como politicamente implicadas. Em última instância, a pesquisa descreve recursos práticos para profissionais interessados em trabalhar em um enquadre crítico e transformador no cuidado em saúde mental |