Difusão do construcionismo social entre terapeutas familiares: desafios e potencialidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ravagnani, Gabriela Silveira de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-14042015-110146/
Resumo: O campo da terapia familiar tem se desenvolvido a partir de diferentes contribuições teóricas e epistemológicas. Um dos desenvolvimentos recentes da terapia familiar tem se dado a partir da emergência do movimento construcionista social em ciência, levando, dentre outras mudanças, a uma maior ênfase nos processos de comunicação no contexto terapêutico. Considerando a crescente utilização das contribuições do construcionismo social pelos profissionais brasileiros envolvidos na prática clínica, consideramos relevante compreender como tem se dado essa transmissão de conhecimentos do campo teórico para o campo clínico. Assim, o objetivo deste estudo qualitativo é investigar a difusão do discurso construcionista social entre um grupo de terapeutas familiares brasileiros, focando em como este se constitui em um aporte útil para sua prática clínica. Foram entrevistados 14 terapeutas familiares, do sexo masculino e feminino, psicólogos, cuja atividade profissional atual envolve o trabalho com famílias, e possuem responsabilidade docente em institutos de formação em terapia familiar. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas literalmente e na íntegra. A análise das informações foi realizada a partir das propostas construcionistas sociais em ciência. Parte do processo de análise e discussão dos resultados foi realizada em conjunto com a Profa. Sheila McNamee, Ph.D., durante um estágio de pesquisa na Universidade de New Hampshire. Na análise das entrevistas, focamos em dois eixos de discussão. Primeiramente, discutimos o que os participantes descrevem como sendo o construcionismo social, evidenciando as principais ideias e conceitos do construcionismo que norteiam sua prática e seu posicionamento como terapeutas. No segundo eixo, discutimos de forma crítica e reflexiva três maneiras distintas pelas quais os participantes aplicam as ideias construcionistas na prática, enfatizando implicações, possibilidades e limites que advêm deste uso. Ao longo de toda discussão dos resultados, articulamos a análise proposta com aspectos da difusão do construcionismo entre os participantes. Concluímos, a partir deste estudo, que a difusão do construcionismo social está atrelada às formas pelas quais os terapeutas atribuem utilidade aos conceitos teóricos descritos na literatura. Além disso, a sensibilidade ao construcionismo social é um aspecto da prática clínica que oferece diferentes formas dos terapeutas relacionarem-se com as abordagens do campo da terapia familiar, trazendo convites à prática da auto-reflexividade por parte dos terapeutas. (FAPESP)