Estudo da deglutição em idosos portadores de demência devido á  doença de Alzheimer e validação de protocolo de avaliação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Norberto, Ana Maria Queirós
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-18072018-152719/
Resumo: No presente estudo, propôs-se estudar a deglutição em idosos saudáveis e em idosos com Demência devido à Doença de Alzheimer (DDA), em estágios leve e moderado. Objetivou-se especificamente: verificar a frequência de disfagia nessa população; verificar se há associação entre a presença de disfagia e os aspectos cognitivos, de estado nutricional e de independência funcional; adaptar um protocolo de avaliação clínica da deglutição para esta população; analisar a confiabilidade inter examinadores; avaliar a validade de critério do protocolo; e verificar as medidas de sensibilidade e de especificidade do instrumento de avaliação. Participaram do estudo 52 idosos saudáveis; 50 com diagnóstico de DDA leve (DAL), 50 idosos com DDA moderada (DAM). Foram realizadas avaliações da deglutição, cognitivas utilizando os instrumentos: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Teste do Desenho do Relógio (TDR), a prova da Memória de Leitura de Palavras (MLP), a Evocação Tardia da Leitura de Palavras (ETLP), Teste de Nomeação de Boston - versão reduzida (TNB), a American Speech-Language-Hearing Association Functional Assessment of Communication Skills (ASHA FACS); avaliação do estado nutricional utilizando a escala a Mini Avaliação Nutricional (MAN); e avaliação da independência funcional, utilizando a Medida de Independência Funcional (MIF). Para a etapa de validação, participaram 27 idosos do Grupo Controle (GC) e 25 do grupo Demência de Alzheimer Leve (DAL) e 25 do grupo Demência de Alzheimer Moderada (DAM). Realizou-se a adaptação do protocolo de avaliação clínica da deglutição, proposto por Pacheco (2017), para a população com demência e utilização neste estudo. Foram realizadas também uma avaliação clínica da deglutição por outra fonoaudióloga e também realizou-se a videofluoroscopia da deglutição, ambas para as análises de confiabilidade inter examinadores e acurácia dos instrumento, respectivamente. Os resultados do estudo demonstram que houve predomínio na amostra do gênero feminino em todos os grupos. A média mais elevada de idade 77,0 (±7,7) foi do grupo DAL, e de escolaridade no GC (4,7±3,7). A presença da disfagia foi mais frequente nos idosos do grupo DAM (44%). Houve associação entre a presença de disfagia e a idade no GC (p=0,003). No grupo DAL houve associação com a idade (p=0,000), com o MEEM (p=0,031) e com a MAN (p=0,000); e no grupo DAM, a presença de disfagia se associou com a idade (p=0,000) e com a MAN (p=0,000). A etapa de validação do instrumento de avaliação clínica da deglutição demonstrou que a confiabilidade inter examinador foi considerada boa, sendo K=0,767 e p=0,000. A análise da validade de critério, obteve-se K=0,890, p=0,000, considerado concordância ótima. A sensibilidade do instrumento foi de 100% e a especificidade de 92,5%. O estudo demonstrou que a disfagia é mais frequente nos idosos com DDA em fase moderada, e que esta aumenta com a instalação da doença e progressão da mesma. A presença de disfagia se associou com alterações cognitivas e com a idade; a presença da disfagia causa impacto no estado nutricional dos idosos com DDA. Oinstrumento de avaliação demonstrou ter boa confiabilidade, ótima concordância com o instrumento considerado padrão ouro, e também altas medidas de sensibilidade e especificidade.