Discursos diagnósticos pós-lacanianos: dos fundamentos em psiquiatria às teses sobre um novo sujeito 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sanches, Daniele Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-05012016-154827/
Resumo: A pesquisa tem por objetivo geral construir um mapeamento dos principais discursos diagnósticos pós-lacanianos que se circulam no Brasil. Um primeiro objetivo específico desta tese é distinguir a racionalidade subjacente comum a diferentes autores. O segundo objetivo específico é realizar uma breve indicação dos elementos conceituais que se destacam em cada discurso, um destaque que nos revelas as chaves para abrir o debate a ser realizado mais adequadamente nas considerações finais. A justificativa desta pesquisa reside na possibilidade de oferecer ao campo da psicanálise uma inédita visão de conjunto do universo diagnóstico pós-lacaniano. Neste intuito, nossa tese possui uma primeira parte que tem função histórica de situar o campo em debate e refazer os primeiros passos de construção do pensamento diagnóstico em Lacan, assim oferecemos as condições prévias para acompanhar a subsequente discussão pós-lacaniana. Optamos por realizar esta apresentação histórica, pois a hipótese com a qual trabalhamos é que alguns fundamentos do período nascente da obra lacaniana, da década de trinta e quarenta, retornam como questão no debate pós-lacaniano. Na sequencia, temos dois grupos discursivos que trabalham diretamente ligados ao texto de Lacan. O primeiro grupo de autores representa a visão da diagnóstica clássica, pois faz uma redescrição das três estruturas clínicas (neurose, psicose e perversão) e adota esta racionalidade como modelo diagnóstico padrão da obra lacaniana; já o segundo grupo de autores defende a necessidade de reformulações na diagnóstica lacaniana, pois postula a insuficiência do modelo das estruturas clínicas; tais autores estão unidos pela hipótese de que a obra de Lacan possui rupturas conceituais determinantes para uma reacomodação diagnóstica. Por fim, os dois últimos capítulos de nossa tese define um terceiro grupo discursivo que não extrai sua interpretação diretamente do texto de Lacan, mas sim de um diagnóstico social sobre o declínio da função paterna na atualidade, donde cada autor fará sua hipótese para um novo sujeito contemporâneo. Enquanto resultado adicional desta pesquisa, verificamos que as problemáticas clínicas da esfera do Eu retornam ao campo lacaniano de modo direto ou indireto. Como conclusão constatamos que o tema do declínio da função paterna, o desentendimento acerca do alargamento conceitual da categoria de psicose (através da psicose ordinária e psicose compensada) e, por fim, o uso variável da noção de suplência, são os principais elementos dos discursos pós-lacanianos que nos dão as chaves para o debate diagnóstico na atualidade