As construções de cópula da língua Karitiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Tarcisio Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-26062019-120726/
Resumo: Em vista do sistema de Caso/concordância de Chomsky (2000; 2001) baseado em Agree, bem como na proposta minimalista para a ergatividade de Aldridge (2004; 2008; 2012), apresentamos no capítulo 1 uma análise para as relações de Caso e concordância em Karitiana à luz do seu padrão de concordância ergativo-absolutivo e das ordens de constituinte que a língua exibe. Propomos que T valora Caso absolutivo no objeto e no sujeito intransitivo em orações matriz, ao passo em que o núcleo n valora genitivo nestes argumentos em orações subordinadas. O núcleo v, por sua vez, atribui Caso ergativo inerente ao sujeito transitivo. Propomos, também, que o v transitivo possua um traço EPP responsável por alçar o objeto para uma posição de especificador extra de vP acima do sujeito, o que explicaria a ordenação atestada em sentenças assertivas VOS e subordinadas OSV. A disposição SVO em declarativas, em que o sujeito sobe mesmo estando abaixo do objeto em Spec,vP, é explicada em termos de uma restrição imposta sobre o objeto pela Condição de Atividade (CHOMSKY, 2001). No capítulo 2 discutimos de que maneira as relações predicativas são sintaticamente capturadas nas construções de cópula do Karitiana. Adotamos a teoria da Sintaxe da Predicação de den Dikken (2006), em que sujeito e predicado estabelecem uma relação de predicação no domínio da projeção de um núcleo relator em uma configuração assimétrica e não direcional. Também lançamos mão da proposta em Hale & Keyser (2002) de que a projeção de um especificador depende de um núcleo verbal selecionar um elemento predicador como um complemento. Apresentamos, assim, uma análise para as construções de cópula de predicação verbal e adjetival (i.e. [NP cóp i-Pred-t/ø]). Em nossa proposta o pronome i- prefixado ao adjetivo e verbo corresponde a um pro-predicate (MORO, 1997), um place holder do predicado lexical. Tal pro-predicate é o verdadeiro predicador da construção de cópula em que ele aparece, de modo que o adjetivo e o verbo entram como um adjunto na estrutura. Apresentamos, também, uma derivação para as construções de inversão de predicado, nas quais o i- está ausente. O morfema -t/ø sufixado ao predicado corresponde a um bloqueador de projeção, sendo uma maneira que a língua possui de contornar o problema de rotulação que emerge em certas estruturas de adjunção. Por fim, explicamos o comportamento distinto das construções de predicação nominal (i.e. [ NP cóp NP-t/ø]) argumentando que elas não se submetem às restrições da sintaxe da predicação. Finalmente, no capítulo 3 argumentamos que o apagamento da cópula em Karitiana nas sentenças declarativas de tempo não futuro é um caso de elipse do tipo sluicing (MERCHANT, 2001) que não precisa satisfazer condições de identidade para ser licenciada, propondo que o efeito copula drop decorre de uma restrição baseada em fases (CHOMSKY, 2001; BOKOVI, 2014).