Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Proença, Pedro Augusto de Oliveira Cuadrado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-30092022-143200/
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Resumo: |
Esta tese tem por objetivo estudar a representação literária da miséria pessoal e nacional nos romances O esplendor de Portugal [1997], de António Lobo Antunes, e Leite derramado [2009], de Chico Buarque. Partimos da hipótese de que essa miséria é causada por uma derrocada familiar que ocorre em sociedades marcadas for fortes vícios coloniais (Brasil, Portugal e Angola) e que passam por traumáticas experiências autoritárias. Os narradores dos romances Isilda e seus filhos, Carlos, Rui e Clarisse, em O esplendor de Portugal; e Eulálio, em Leite derramado começam como personagens situados em uma condição privilegiada na pirâmide social, bastante confortáveis para perpetrar comportamentos violentos, racistas e patriarcais; porém, vão, gradativa ou subitamente, perdendo poder, dinheiro e capacidade de mando, até se verem no outro lado da moeda das sociedades desiguais que ajudaram a construir. Alijados dos círculos de poder, sobretudo Isilda e Eulálio, veem seus países passarem por experiências violentas e traumáticas, a Guerra Civil de Angola e a Ditadura Militar no Brasil, respectivamente. Ao contemplarem a dissolução do mundo em que cresceram tentam encontrar no passado um abrigo para o desalentador cenário que os cerca, sem, porém, serem capazes de identificar sua cota de culpa na realidade em que estão inseridos. Com isso, queremos demonstrar como essas obras trazem a miséria pessoal e nacional interligadas, sendo ambas as misérias tributárias de sociedades pós-coloniais, que não elaboraram criticamente o passado e não deixam qualquer arremedo de esperança no futuro |